quinta-feira, agosto 12, 2004

Valeu pela primeira "meia-hora"


Depois de um dia chuvoso, a fazer temer o pior cenário metereológico para a hora do jogo, o fim de tarde do Restelo ofereceu a quem se deslocou ao estádio uma temperatura agradável, temperada pela brisa própria daquele alto, com vista sobre o Tejo e a zona histórica de Belém. Pena foi que a massa associativa e adepta do Belém não tivesse correspondido e as bancadas estivessem muito despidas, com não mais de 4000 pessoas.

A festa azul começou bem cedo, com música e muita animação. Assim, dois momentos musicais e uma pequena homenagem aos atletas do Triatlo azul (Bruno Pais, João Cavaleiro e Sara Moniz) precederam a apresentação do plantel.

Durante a apresentação da equipa, jogador a jogador, ficámos a saber que a equipa do Belenenses alinhará com os seguintes números:

1 - Marco Aurélio
2 - Andersson
3 - Mangiarrati
4 - Sandro
5 - Cristiano
6 - Wilson
7 - Marco Paulo
8 - Tuck
9 - Rodolfo Lima
10 - Antchouet
11 - José Pedro
13 - Rolando
14 - Cabral
15 - Jorge Tavares
16 - Sousa
18 - Lourenço
19 - Neca
20 - Brasília
21 - Ruben Amorim
22 - Pedro Alves
23 - Amaral
24 - Fábio
25 - Rafael
26 - Pelé
27 - Eliseu
28 - Gonçalo Brandão

30 - Juninho Petrolina


Foi ainda apresentada a equipa técnica, que será composto (como já era conhecido) por Joaquim Murça (treinador de Guarda-Redes), Rifa (Adjunto), Professor Miguel Cardoso (Preparador Físico) e Professor Carlos Carvalhal (Treinador).

O 11 inicial do Belenenses foi constituído por Marco Aurélio, Andersson, Cristiano, Marco Paulo, Antchouet, Zé Pedro, Rolando, Amaral, Pelé, Juninho Petrolina e Rodolfo Lima. O Celta de Vigo alinhou com Pinto, Méndez, Yago, Israel, Giovanella (antigo jogador do Belenenses), Angel, Capucho, Gustavo Lopez, Iandro, Jonathn e Edu. O árbitro da partida foi Duarte Gomes.

A primeira parte começa com total pressão azul sobre a linha defensiva galega. A equipa do Belenenses iniciou o jogo com velocidade e boas combinações de ataque e simulações que por diversas vezes deixaram jogadores azuis em boa posição para marcar.

Um bom exemplo disso foi a combinação entre Rodolfo Lima e Antchouet, logo aos 4 minutos, que deixou este segundo isolado frente ao Guarda-Redes do Celta. A dupla de avançados do Belenenses, muito bem apoiada no lado direito por Juninho Petrolina, foi durante a primeira parte uma verdadeira dor de cabeça para os lentos defesas do Celta.

A pressão azul resulta, aos 9 minutos, numa boa jogada de entendimento entre J.Petrolina e Antchouet. O avançado azul ainda consegue introduzir a bola na baliza adversária, mas o golo seria anulado por fora de jogo.

Aos 13 minutos é Marco Paulo quem se destaca, com um belo remate de primeira que merecia melhor sorte. A bola embateu no poste da baliza da equipa de Vigo... Todavia, o golo azul estava cada vez mais próximo, uma vez que o jogo tinha sentido único.

Aos 15 minutos, e depois de uma bela jogada pela direita - mais uma vez entre Petrolina e Antchouet - surge um cruzamento que sobrevoa toda a área e vai parar ao lado esquerdo, onde surge Rodolfo Lima isolado, que com classe e grande calma senta o guardião do Celta e remata colocado no poste mais distante. O Belenenses chegava ao merecido 1-0, e o Estádio comemorava o primeiro golo da temporada "oficial" da equipa azul.

A equipa do Belém continou a pressão, e poderia ter chegado ao 2-0 sem grandes dificuldades, não fosse um excesso de confiança que por momentos pareceu emergir do jogo azul. Petrolina assumiu o controlo da zona central do terreno, saindo com bola controlada de terrenos super-povoados, ou optando por passes colocados para as alas. Um excelente jogador, que faz a diferença no meio campo...

O meio campo funcionava bem, com várias recuperações de bola de Andersson e Marco Paulo. A destuar apenas algumas perdas de bola impossíveis de aceitar por parte de José Pedro, que revelou bons pormenores no ataque, mas dificuldades a defender e a segurar a bola. Uma situação a trabalhar, sem dúvida.

Apenas aos 25 minutos o Celta rematou com perigo à baliza do Imperador, Marco Aurélio. Muito pouco para uma equipa que, apesar da situação actual (encontra-se a preparar uma época na 2ª divisão espanhola) tem bons jogadores e um nome a defender...

Ainda assim, a partir da meia hora, a equipa galega equilibrou o jogo e empurrou o Belenenses para o seu meio de campo defensivo. O jogo terminaria, em termos de qualidade, já no fim da 1ª parte, quando Gustavo Lopez é expulso com vermelho directo por palavras dirigidas ao árbitro. Estava "estragada" a festa no relvado.

As equipas recolheram aos balneários perante um resultado justo (1-0) e ao som da primeira gaffe do "speaker" do jogo, que anunciava um resultado parcial de 1-1...

A segunda parte começou com poucas substituições, e com o Belenenses a apresentar o equipamente alternativo (camisa e calções brancos, com meias azuis). Digno de resiste, neste momento da festa, foi a espectacular coreografia preparada pela Fúria Azul. A claque mais antiga do clube apresentou uma faixa de muitos metros de tamanho, com um excerto do hino do Belenenses, e com um enorme "Força Belém" ao centro. Um momento para recordar!

Sobre o "jogo jogado" pouco há a dizer, excepto talvez que tirando um ou outro momento, a partida perdeu velocidade, qualidade e emoção. Na equipa azul foram entrando jogadores mais jovens e menos utilizados, como Ruben Amorim, Mangiarrati, Neca, Eliseu e Tuck. A ovação da noite estava todavia guardada para a substituição de Marco Aurélio (que envergava a braçadeira de capitão) por Pedro Alvez, promissor jogador da escola azul, campeão da Europa de sub-21.

Pedro Alves esteve aliás em bom destaque, ao segurar o resultado aos 39 minutos, quando saiu da baliza para travar um contra-ataque do Celta.

Destaque ainda pela positiva para o carinho com que a massa associativa azul aplaudiu Giovanella quando este foi substituído.

O jogo terminou com um 1-0, que soube a pouco, mas que reflecte de alguma forma o jogo: dominio azul na 1ª parte, e jogo fraco na segunda, a justificar o nulo de golos nesse período.

Duas notas para finalizar esta crónica, que já vai longa: a primeira para a seguda gaffe do "speaker", que pediu no fim do jogo uma salva de palmas para a "nossa equipa do... Benfica". Inacreditável. A segunda para o espectáculo de fogo-de-artifício que não chegou a existir... Eu nem gosto desse tipo de espectáculo, mas quem paga o seu bilhete espera ver cumprido o programa anunciado. E um clube com gestão empresarial, e que deve ter como objectivo atrair cada vez mais gente ao Restelo, não pode deixar cair elementos do programa da festa. Ainda para mais quando a alternativa multimédia se apresentou fraca. Fica a nota, não como crítica mas como observação e opinião pessoal...

Valeu a pena voltar ao Restelo. Rever amigos. Sentir o cheiro do Estádio e... cantar a viva-força o Hino do Belém!

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