domingo, junho 11, 2006
O escândalo na 1ª pessoa
Entrevista de Tiago Carrasco publicada no site Sportugal:
Pedro Mourão “parte a louça”
“Há fortes indícios de conluio"
Pedro Mourão não tem papas na língua. Para o membro demissionário da Comissão Disciplinar (CD) da Liga, “há fortes indícios de um conluio” na votação do Caso Mateus.
“Só ontem percebi porque é que o Dr. Gomes da Silva não quis assinar logo o acórdão”, confessa ao Sportugal, Pedro Mourão, referindo-se à decisão do Presidente da CD. Gomes da Silva votou, na reunião de Lisboa do passado dia 1 de Junho, favoravelmente ao requerimento do clube do Restelo, mas não quis rubricar logo a assinatura que legitimaria a votação. Ontem, dia 9, no plenário da Comissão no Porto, Gomes da Silva apareceu com uma decisão renovada, favorável aos gilistas.
Para o juiz de carreira houve uma autêntica “falta de transparência” por parte de Gomes da Silva (que, lembra-se, foi apanhado nos vídeos do processo “Apito Dourado”) que, para mais, “usou um voto de qualidade que não tem legitimidade jurídica, já que o número de votantes, supostamente, era ímpar, e não havia necessidade de desempatar dessa forma”.
Mas, para o membro demissionário, pior ainda foi a forma como Paulo Domingos Lopes voltou atrás no seu pedido de escusa. O filho do vice-presidente do Gil Vicente para a área financeira acabou por usar o seu voto para empatar o sufrágio. “Felizmente, sei que não ficou órfão no espaço de uma semana, então as razões que o levaram a pedir escusa na primeira reunião, tinham que se manter para a segunda. Eu sou juiz e é o mesmo que eu agora ir julgar o meu pai ou o meu filho”, diz-nos, indignado, o ex-membro da CD.
Em relação à reunião de ontem, Pedro Mourão diz que parecia uma “reunião de espiritismo”. “ Havia um silêncio cúmplice e tenso entre Paulo Domingos e Gomes da Silva”, lembra Pedro Mourão. E explica a razão da demissão: “ Nós somos juízes e pessoas de bem, não podemos pactuar com estas coisas.”
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