quarta-feira, abril 06, 2005

Vamos à UEFA Belém?

Fiquei radiante com a vitória alcançada no Domingo. E para além de ter ficado radiante, finalmente “autorizo-me” a sonhar. A minha grande dúvida é se também o plantel e toda a estrutura técnica se “autorizam” a sonhar, ou se este resultado até não terá sido de certa forma complicado, na medida em que traz novas responsabilidades, motivadas por uma nova meta que está perfeitamente ao nosso alcance (vide o nosso calendário por oposição ao dos nossos adversários directos) e, por consequência, novas ambições que poderão sair frustradas, ou não.

Os adeptos estão convencidos que é possível lutar pelo 6º lugar, logo, pela possível presença na Taça UEFA na próxima temporada. Agora, resta lutar por esse objectivo e, conseguindo ou não atingi-lo, saber que tudo foi feito para o alcançar. Com todos os benefícios daí decorrentes.

Em primeiro lugar, está inequivocamente a vertente desportiva. Seria a presença numa Taça Europeia 15 anos depois (!!!), excluindo obviamente a fugaz passagem pela Taça Intertoto em 02/03. Em termos de imagem, visibilidade e sucesso desportivo era importante, e poderia ser um “mola” para um novo Belenenses, ambicioso e mais focado nos lugares de topo.

Por outro lado, o já muito falado custo dessa presença é uma falácia. Só existe uma competição que normalmente consegue gerar receitas superiores aos custos: a Liga dos Campeões. E, mesmo assim, só para aqueles que atingem a fase de grupos e aí conseguem ter uma participação pelo menos razoável. Por essa ordem de ideias, melhor seria nem competir na SuperLiga, um verdadeiro sorvedouro de dinheiro.

Por último, e ligada à premissa anterior, temos uma possível contenção de custos e também novas possibilidades de aliciar atletas para a nossa causa. Jogar uma competição europeia permite tornar o clube mais aliciante para os possíveis jogadores a contratar, aumentando assim o leque de bons valores disponíveis para envergar a nossa camisola. Por outro lado, permite-nos ser mais agressivos nas condições contratuais a oferecer, jogando com a valorização de que o jogador é alvo ao jogar numa competição europeia, podendo dessa forma reduzir as regalias ao jogador, que são compensadas dessa forma.

Resumindo, seria um bálsamo para a auto-estima dos adeptos e, se devidamente “aproveitado”, um ponto de viragem na história recente do clube. As oportunidades são como os autocarros: mesmo que venham cheios, convém apanhá-los, pois nunca se sabe quando passa o próximo... ou se volta a passar.

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