Cerca de duas mil pessoas assistiram ontem no Restelo ao resultado mais habitual a que o nosso bonito estádio tem assistido esta época – um empate. Mais um!
O Belenenses entrou forte. Nos primeiros 5 minutos de jogo já tinha conquistado 3 cantos e cercava a baliza da equipa madeirense. Aos poucos a partida foi-se equilibrando e as oportunidades criadas começaram a ser repartidas. O Nacional envia uma bola à barra, enquanto que o Belenenses em remates de longe ia criando perigo – quer por Roncatto (que fez na minha opinião o seu melhor jogo da época), quer por Silas e Zé Pedro.
Ao intervalo o empate aceitava-se apesar do maior domínio azul … faltava somente o tempero do futebol, os golos, que pelo número de oportunidades por cada uma das equipas já poderiam ter então acontecido.
A “etapa complementar” - como tantas vezes ouvimos o repórter da RTP do Domingo Desportivo mencionar aquando do encontro no “caldeirão dos Barreiros” – começou com o golo. Desmarcação de Weldon pelo flanco direito que junto à linha de fundo, cruza atrasado para que Roncatto, na zona da marca de grande penalidade marcasse o seu segundo golo oficial pelo Belenenses! GOLLLOOOOO !!!
Entusiasmo nas bancadas e o público puxava pela equipa! Poucos minutos depois Ruben Amorim, que está realmente um bom jogador, remata da esquina da grande área à barra, e o que quase poderia ter sentenciado a partida ficou por concretizar! Esta como outras oportunidades … é raríssimo o Belenenses marcar mais que um golo por jogo! Fê-lo frente ao laterna vermelha da prova, União de Leiria, e numa noite inspirada no Bessa.
Não marcou o Belenenses, fê-lo o Nacional. Justamente, direi eu, porque ao contrário de muitas equipas deste Campeonato jogou ao ataque tendo sempre discutido o resultado. Para o efeito contou com a preciosa ajuda do nosso Guarda-redes, Marco Gonçalves.
Ponhamos as coisas de uma forma a que se faça alusão ao período festivo que ainda vamos vivendo … no fundo o minuto 60 deu-nos uma informação culinária! Senão vejamos: ficámos todos a saber que Marco Gonçalves comeu este Natal bacalhau … já que o “perú” ficou para esta noite de 2.ªF, para a jornada do “Dia de Reis”! Mérito do avançado do nacional que rematou de longe acreditando que poderia dali surgir uma jogada de perigo, e do ponta-de-lança Lipatin que a concretizou. Quem não tenta não marca e os jogadores portugueses esquecem-se muitas vezes disso!
Por isso tenho dificuldade em perceber o tempo que o treinador do Belenenses Jorge Jesus voltou a reagir ao golo. Na última meia-hora de jogo, já com o marcador a fixar um empate a um golo, viu-se um Belenenses desnorteado, com um futebol atabalhoado, “aos soluços” como ouvi a um nervoso adepto perto de mim. O Nacional jogava de forma mais organizada, e esteve perto de levar os três pontos para o bonito arquipélago de onde viajou.
Custa-me a perceber o porquê do João Paulo Oliveira só ter entrado a pouco mais de dez minutos do final. Também não percebo a dispensa do Mendonça … mas não sou eu o treinador! Eu sou só de Bancada ou de sofá!
Como balanço da primeira volta verificamos que o Belenenses só ganhou 26,6% das vezes que jogo. Para quem ostenta os pergaminhos de 4.º grande é manifestamente insuficiente, como se verificou pelo descontentamento que fecharam um jogo de futebol equilibrado e vivo, mesmo que nem sempre bem disputado. Qualquer das equipas podia ter vencido.
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