quinta-feira, setembro 25, 2008

Quarto de Hora à Belém VII




Amigos Belenenses, mais um jogo da Liga Sagres e novamente continuamos sem vencer.

Desta feita o adversário foi o Sporting, organizado no seu meio campo, perante um Belenenses à procura do seu ritmo de jogo e da adaptação dos novos elementos. Não é uma derrota grave, até porque em determinados momentos de jogo o Belém esteve bem, tanto na ocupação de espaços como na transição defesa – ataque. No meio campo destaque para os dois melhores jogadores (Silas e Zé Pedro), enquanto que a parte negativa vai claramente para o ataque. Continuamos à procura da melhor dupla atacante, e a equipa ainda não tem um goleador. Já se utilizou Marcelo e João Paulo, agora utilizou-se Wender e Porta, continuando as dificuldades no último terço do terreno. Na defesa destaque para a boa exibição de Matheus, que a meu ver foi dos jogadores que evoluíram mais nos últimos tempos. Basta observar que contra o Porto, esteve muito nervoso, sem sentido posicional, mas neste jogo demonstrou querer “agarrar a oportunidade”, dada a lesão de Arroz e a falta de qualidade de Vanderlei, concretizando uma exibição segura e com bom sentido táctico.

Mas no sector defensivo falta ainda alguma tranquilidade (como diz Paulo Bento), onde só não sofremos golos com o Covilhã. Tranquilidade que falta a toda uma equipa que neste momento está à procura da sua melhor forma e de uma vitória que lhe dê confiança.

Foi uma exibição normal (dado os maus resultados em Alvalade), frente a uma equipa também normal, mas com uma arbitragem anormal e muito humana! É mais um ano que Postiga nos marca em fora de jogo, e se no ano passado nem Nelson Évora saltava aquele fora de jogo (frente ao Porto), neste caso o árbitro auxiliar talvez não conhecesse as regras. Esta vantagem deu ao Sporting a posse da bola, o que obrigou o Belém a um maior desgaste físico. Na segunda parte, num dos momentos em que o Belenenses estava bem no jogo, surge a inexperiência de Maykon, talvez porque não estava na sua posição de origem, fazendo um penaltie que posso qualificar como a “decisão do jogo”. Foi um erro que custou caro, pois a capacidade de reacção da equipa ficou muito reduzida e a moral foi afectada. Mesmo assim reagimos, com oportunidades de golo por Silas e Mano. Foi um Belenenses “quanto baste” aquele que jogou frente ao Sporting. Não foi mau, mas a equipa parece que está a evoluir melhor, quer a nível da organização defensiva, (Matheus e Carciano com mais jogos e com maior experiência podem ser bons reforços) quer ao nível exibicional. Falta ainda velocidade nas transições (Wender não aguenta 90 minutos) e Porta ainda não se entende com os companheiros.

Virando agora a página, num clima de aniversário que deveria ser de festa e de alegria, o momento do clube não contempla isso. Está diferente o Belém, ainda amargo pela crise económica e angustiado por um “vazio directivo”. Aproxima-se o dia da Assembleia Geral, um dia importante para o futuro do clube. Numa semana em que foram falados vários nomes para a Comissão de Gestão (nomes que são sempre os mesmos) parece que foi “fogo de vista”, pois a maioria dizendo que iria ajudar o Belém a resolver os problemas correntes, voltaram atrás e recuaram na decisão. São os dirigentes do Belenenses ao seu mais alto nível! Ou existe um consenso total entre as “hostes” ou então ninguém quer pegar na “batuta” (vou mais para esta última solução).

E é assim que mergulha esta grande instituição do futebol português com 89 anos, reconhecida por muitos, abafada e esquecida por outros (também aqui incluiu muitos sócios). Estamos num momento difícil que exige muita discussão positiva e ideias, mas acima de tudo exige modernidade e acção.

Na AG de amanhã esperemos soluções não de recurso, mas soluções válidas e eficazes.
A meu ver é preciso, como já disse muitas vezes repensar a nossa gestão. Talvez somos todos Sebastianistas, esperando um salvador da pátria, que resolva os problemas. Mas o que é certo é que precisamos desse “salvador”, que adapte o clube à realidade moderna.

É preciso sobretudo nós sócios pensarmos de uma vez por todas o nosso clube, e escolhermos a pessoa indicada e não a vontade de uns “Velhos do Restelo” (aqui a referência às pessoas que se opõem ao desenvolvimento) do Conselho Geral, que se sobrepõem à vontade dos sócios com soluções de “salvação” e de recurso, que no fundo não passam de balelas para impedir a modernidade do clube. No fundo, precisamos de um presidente carismático que saiba manobrar bem as palavras, isto é, por exemplo que não prometa a UEFA, quando não tem equipa para isso. É preciso pensar antes de falar, como se costuma dizer. Outra coisa é que esse presidente tem que estar rodeado de uma boa equipa (veja-se o exemplo de Cabral Ferreira aquando da leitura do caso Meyong em que estava sozinho sem ninguém a apoiá-lo) que possibilite uma estrutura forte e ambiciosa. Outra questão é que o presidente deverá ter um bom conceito de gestão. Porquê não fazermos um contrato de naming com uma empresa, para colocar o nome dessa mesma empresa numa das bancadas? Assim não tínhamos que alienar qualquer tipo de terreno, nem de despender qualquer dinheiro, melhor teríamos dinheiro suficiente pelo menos para fazer face às despesas correntes. Portanto, é preciso gerir bem as situações a nosso favor. Por exemplo se temos terrenos e consequentemente os podemos utilizar para obtermos a máxima rentabilidade deles, porque os temos ao abandono? E porque não chatearmos a Câmara até à exaustão para ajudar o clube? Muitos o fazem e saem a ganhar. O que se constata é que a política do Belém é o “deixa andar” ou “isto com o tempo resolve-se”, parecendo uns autênticos políticos de “gema”. Temos um património que muitos não o têm e uma história que muitos a desejavam. E nunca aproveitámos nem uma nem outra coisa para o clube ficar melhor! Porquê não fazer uma campanha de marketing aludindo à nossa história? É muito dinheiro ou será má vontade? Precisamos é de boas ideias e boas soluções.

O novo presidente ou a nova Comissão (dependendo da nossa vontade) terá esta dura missão de modernização do clube. Dura? Sim, porque no Belém temos o Conselho Geral que emperra esta mudança, e que ao longo dos anos tem-se apresentado num clima de divisões.

O próximo presidente tem a incumbência de revitalizar os antigos sócios e chamar a juventude até ele. E tem talvez uma obrigação mais importante, mexer com os “lobbies”. Parem-se com os convites para os amigos e para os primos e tios (que na maior parte das vezes nem Belenenses são) e vamos entregá-los a quem os merece, aos sócios mais antigos, que não tem possibilidades financeiras ou aos mais novos, que querem apoiar e sentir o Belém. Porque o Belenenses precisa neste momento da ajuda de todos, quer idosos, quer jovens, neste momento complicado e de decisão. Porque o Belém é muito mais que estes dirigentes que se escondem, “endrominam”, ou que fazem um mau trabalho.

Somos um bom clube e espero voltar às vitórias já com o Leixões!

Ah e amanhã se virem muita Polícia no Restelo, não se esqueçam é o Fernando Sequeira a chegar à AG.

Saudações Azuis!
Nuno Valentim

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