quinta-feira, setembro 11, 2008

Quarto de Hora à Belém V




Amigos Belenenses, vivem-se tempos inquietantes e de crise. Muito por força de uma ingenuidade brutal da nossa gestão ou mesmo por uma falta de modernidade em alguns sectores do nosso clube.

Citando Acácio Rosa "os adeptos do Belenenses preocupam-se mais com o penaltie mal assinalado, ou com o fora-de-jogo, e preocupam-se pouco com o futuro do clube". Foi mais ou menos assim que Acácio Rosa pensava há muitos anos. Estava completamente certo. É preciso nestes tempos uma ajuda de todos, com respeito e sem calúnias, por parte dos adeptos. Ir ao Restelo e ter uma boa casa, seria uma vitória para todos nós (o que é praticamente impossível nos dias de hoje).

Acácio Rosa, que pensava o clube como ninguém virou o Belenenses para a modernidade que se queria naquela altura, construindo o Estádio do Restelo. Não foi preciso fazer promessas, nem dizer que iria recuperar economicamente o clube, foi sim competência da sua gestão. Era um presidente atento ao clube, com ideias novas e modernas.

Mais uma vez estamos “num vazio directivo” e parece que temos presente no nosso clube uma lei gravitacional. Essa lei universal de Newton, faz com que muitos presidentes do Belenenses caiam sempre, sem explicação aparentemente plausível. Foi assim com alguns, metendo o clube num vazio e num “sono profundo”. Somos talvez um gigante adormecido, à espera de um presidente com carácter, com ideias novas, moderno e sagaz.

Há muito tempo que não tínhamos uma Comissão de Gestão, desde da década de 90, o que parece que o clube está ao nível do amadorismo. Acordar para a realidade neste momento é acordar para um pesadelo que muitos pseudo candidatos não o querem, não o fazem e tem receio (o que prejudica muitas eleições pois não há debates de ideias e não se pensa como deve ser o clube).

Esta instabilidade não é boa para o clube e uma Comissão de Gestão só irá adiar esta crise e mais importante ainda, irá protelar as propostas e decisões de modernidade que se pedem neste preciso momento, que uma eventual direcção as poderia fazer.
Há quarenta anos o clube era outro, tinha outra dimensão, não é que não a tenha ainda, mas o presente, está algo conturbado e emperra sempre a mudança, muito por força desta crise económica, que faz lembrar a do país.

Assistimos a cada dia, ao clube a “morrer por dentro”, o que é particularmente muito triste. É triste ver o Restelo vazio, é triste ver presidentes e bons jogadores irem-se embora ou ver presidentes a desistirem do seu próprio projecto. Os tempos são de reflexão do clube. E é nisso que devemos fazer, nós adeptos. Mais importante que Adrianos, ou Portas, ou Janelas, é preciso não nos importar com questões “fúteis” e pensarmos o clube de uma vez por todas. Chega de amadorismos de gestões, chega de emperramento com o clube, chega de tanta incompetência e de tanta oposição à modernidade.

Fazendo um paralelismo com a década de 90, parece que voltámos a essa era. Comissão administrativa, crise económica, e plantel com fraca qualidade. Parece que recuámos aos tempos difíceis e demos um passo atrás. Um clube não pode viver destes momentos.
O novo presidente tem que ser carismático, como Sequeira Nunes ou Acácio Rosa. Que traga a juventude e os antigos sócios, que iriam trazer o espírito belenense de novo (que hoje em dia está-se a perder por força de resultados ou mesmo por força da educação de cada um e do saber estar no futebol).

Os dias de hoje são diferentes e há que pensar diferente. O clube não é o de à 40 anos . Está diferente por força de vários factores muitas vezes extra futebol. Por vezes preocupamo-nos muito com a equipa de futebol, mas o lado da rentabilização do património, foi sendo posto de lado. Existiram várias ideias, mas nada. É preciso agir enquanto é tempo, pois o clube ainda goza algum prestígio.

Não fizemos talvez e por culpa das várias direcções que tem passado pelo Restelo, a passagem para a modernidade. Parámos no tempo. E essa, caros Belenenses, é a crítica que faço a essas direcções. Porque não aproveitaram o nosso complexo, porque não revitalizaram o nosso património, porque despreocuparam-se com os sócios, e estabeleceram uma política do “deixa andar”. Importaram-se com os lucros do Bingo e estabeleceram uma dependência gritante dessa “estação de jogos”, o que prejudicou o clube.

O problema infelizmente, não é do Casemiro Mior, nem do Matheus, nem do Vanderlei, o problema é sim, estrutural. E de hoje em diante há que estabelecer uma estrutura forte em termos directivos que “ não caia à mínima dose de crítica”.

Peço para o ex. presidente do nosso clube mostrar em AG, os lobbies que indicou na entrevista ao jornal a Bola. Porque é preciso denunciar os males que fazem ao clube, porque este precisa de pessoas competentes e sérias e, mais que tudo, porque o nosso Belenenses dia a dia está mais fraco, fruto de tantos “atentados cruéis”.

Espero e faço votos para que venha um presidente com ideias novas e rentáveis ao clube e que o faça voltar à "ribalta".

Sempre tivemos boas equipas, bons treinadores, mas as equipas directivas nunca estiveram ao nível do clube, exceptuando algumas claro, como é exemplo Acácio Rosa e também Mário Rosa Freire.

Até para vermos o amadorismo da nossa gestão a última vez que o Belenenses deu lucro foi na direcção de Sequeira Nunes há 6 anos! Portanto é hora de pormos “mãos ao trabalho”, discutirmos o clube, evocar ideias e não metê-lo ainda mais para baixo. Vamos comparecer na Assembleia e discutir o clube. Porque é preciso pensar o Belenenses!

Saudações Azuis!
Nuno Valentim

Sem comentários: