Numa altura em que a discussão sobre investimento e retorno em redor do fenómeno desportivo tem estado tão em voga no Blog do Belenenses, gostaria de convidar os leitores a lerem o excelente artigo de Pedro Ferreira Esteves no Diário Económico de hoje, em que analisa o porquê das acções do Porto terem ontem descido 5% e terem chegado a estar a descer 7%.
É no mínimo curioso que uma empresa que tem um substancial encaixe financeiro e uma acção de relevo, caia abruptamente na cotação de mercado. Mas a questão é exactamente essa, as SAD não são consideradas empresas nem vistas como um agente activo do mercado. Este fenómeno já se tinha passado na temporada transacta no dia seguinte à conquista da Taça UEFA.
Agora façamos uma curta análise à prestação da Porto SAD no mercado: quando da emissão das acções, essas foram colocadas no mercado ao preço nominal de 5 Euros. Neste momento, em que conquista a Liga dos Campeões e já havia conquistado a Taça UEFA no ano passado, estão a 3,12 Euros, ou seja, assistimos a uma desvalorização de cerca de 35% desde a sua emissão. Não estou certo relativamente à data da emissão, mas penso que terá sido em 1999, ou seja, numa altura em que o Porto estaria no final do "penta", um período de sucesso a nível nacional, mas sem relevo internacional. Seguiu-se uma travessia do deserto e nos últimos dois a conquista do sucesso a nível internacional.
Coloquem agora a questão noutros termos: imaginem uma empresa que em 99 dispersava o seu capital a 5 Euros por acção. Nessa altura, detinha uma quota de mercado bastante significativa no nosso país, mas internacionalmente não tinha qualquer relevo. Imaginem agora que neste momento seria o líder incontestado a nível interno (com uma quota de mercado de 90%) e o líder nos mercados internacionais. Parece plausível esta empresa ter uma desvalorização de 35%? Não é, pois não? Então e o que acontece às empresas quando dão prejuízos? Fecham as portas, ou mudam de negócio. Então porque é que só em Portugal temos duas divisões assumidamente profissionais e na 2ª B e 3ª Divisão a maioria dos jogadores são também profissionais?
O futebol do futuro, para subsistir tem de ser um negócio sustentado. Tem de ser criada uma Liga Pan-Europeia, com umas 4 divisões, onde caberão qualquer coisa como 80 equipas. E já é demais. Afinal, os nossos amigos americanos têm Ligas com 30 equipas... e os "clubes-empresa" existem para ganhar dinheiro.
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