terça-feira, março 08, 2005

À VOLTA DO BELENENSES – SPORTING

Artigo da autoria de Eduardo Torres

A presente época futebolística que, até agora, não passou do medíocre ou do sofrível, trouxe-nos, porém, as duas vitórias que melhor me sabem: o robusto triunfo por 4-1 sobre o Benfica, há 3 meses atrás e, neste Domingo, o mais apertado mas, de certa forma, mais brilhante triunfo sobre o Sporting.

Não vou falar sobre o jogo em si mas das coisas que, à sua volta, me suscitaram a atenção.

Alguns aspectos negativos: a assistência, embora em número suficiente para dar ambiente ao nosso estádio, continuou a ser escassa (7 a 8 mil pessoas), mesmo tendo em conta o frio e a noite televisiva; a presença de adeptos do Sporting, “fardados”, nos lugares cativos dos sócios, e com atitudes provocadoras (algo a que já nos habituámos em jogos com o Benfica). Relativamente a este último aspecto, penso o seguinte: acho que se deve proibir, até para prevenir incidentes, que nas bancadas dos sócios entrem pessoas com símbolos de outros clubes! Mesmo que sejam sócios do CFB, proíba-se (se necessário for, adicionem-se os nossos Estatutos)! Em princípio sou contra proibições mas há normas elementares de respeito e civismo. Se eu ontem, em vez de ir ao Estádio, fosse convidado a ir jantar a casa de sportinguistas e ali visse o jogo na TV, teria a educação de não ir de cachecol azul e estar a gritar o golo do Belenenses! Se há gente que não tem essa educação, tomem-se medidas! O BELENENSES NÃO PODE SER O CLUBE QUE TODOS PISAM! Temos que restaurar o nosso orgulho!

E pela positiva? Como tantas vezes acontece, assomaram-me as lágrimas aos olhos. Sim, comovi-me com o meu Belém! Não com este ou aquele jogador – isso nunca! – mas com o meu/nosso Belenenses. Comovi-me ao ver o colorido das largas dezenas de bandeiras – bastante bonitas e alegres – da Fúria Azul. Comovi-me com a festa do nosso golo. Comovi-me com as duas jovens perto de mim – e não há nisto nenhuma malícia – que gritavam e festejavam alegremente, falando uma delas no nervosismo em que devia estar o seu avô. Comovi-me com os muitos (não todos, que há muito aburguesamento!...) que estavam de pé no último minuto, a dar o último empurrão à nossa equipa. Comovi-me com o nosso hino a entrar tão logo acabou o jogo. Comovi-me com os carros que apitavam festivamente, com os símbolos azuis a enfeita-los.

Foi pouco? No fundo sim, foi tão pouco!... Mas são expressões que brotam do que resta da nossa alma que, enorme com foi e pode ser, se o quisermos, ainda nos há-de restaurar como grande clube, ainda voltará a levantar o nosso esplendor. O Belenenses é um grande clube...é e será sempre, se nos soubermos portar com grandeza e tivermos aquilo que – só assim – devemos exigir aos que vestem a nossa camisola: ALMA! GARRA! QUERER!

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