terça-feira, março 29, 2005

O Presidente que eu queria

(Artigo de Eduardo Torres)

Queria, como Presidente do Belenenses, uma pessoa de bem, de sólidos valores morais e honestidade a toda a prova, em que nos pudéssemos rever com orgulho e sem a mais pequena ponta de receio de obscuros segredos ou indícios criminais.

Queria, porém, um Presidente acérrimo e intransigente na defesa do Belenenses como a mais perigosa das feras, que não deixasse passar nem uma única ocasião de erguer bem alta a nossa bandeira, que não deixasse passar nem a mais leve ofensa ao nosso clube sem uma resposta contundente, que cada vez que falasse como Presidente do nosso Belém fizesse a nossa alma levantar-se e sentir orgulho, nervo e comoção.

Queria um Presidente que fosse um de nós, que não se colocasse numa pose majestática, distante e impassível, mas que assistisse connosco ao jogo nas bancadas, entre o nosso povo, partilhando sentimentos - como qualquer um de nós, roendo as unhas nas horas de aperto, como qualquer um de nós, ficando de pé, com enlevo e fervor, nos últimos minutos de festa e de garra numa grande vitória, como qualquer um de nós, levando estampada no rosto a amargura e a angústia de uma derrota.

Queria um Presidente que, na hora da vitória, pensasse em mais e maiores triunfos e que, na hora da derrota, enxugadas as lágrimas, recomeçasse com mais força e mais raiva, para reconstruir, para voltarmos à carga, para nos reerguermos para novo desafio.

Queria um Presidente que desejasse ganhar já amanhã – ou até hoje, se for possível – o Campeonato, a Taça de Portugal, a Taça Intertoto (1) – qualquer coisa -, um Presidente que vivesse e pensasse o clube 14 horas por dia, um Presidente que, ainda um projecto estivesse a começar, já se dedicasse a programar o que se segue, um Presidente que contagiasse os adeptos de alma, paixão e alegria, um Presidente de grande nível mas popular, que fizesse do Belenenses – outra vez – um clube grande e popular.

Queria um Presidente que sonhasse com o nosso Estádio cheio – mas cheio mesmo – das nossas bandeiras Azuis e que não descansasse enquanto o não conseguisse!

(1) Visto que neste momento é duvidoso que consigamos atingir a qualificação para a Taça UEFA, sou apologista de imediata inscrição (e participação em força) na Taça Intertoto.

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