Em Abril de 1987, Matateu voltou, enfim, a Portugal (vindo do Canadá) e à casa Belenenses, fazendo jus ao seu nome – Sebastião. Encheu-nos de alegria, especialmente aqueles que o reencontravam, o puderam tratar familiarmente por Lucas, os velhos belenenses que assistiram aos seus temos de glória, quando era o terror dos guarda-redes adversários (incluindo um que, provocantemente, em vésperas de um encontro, dissera que não conhecia quem era o Matateu, e ainda não era volvido um minuto de jogo, já tinha dentro da sua baliza um golo à Matateu…).
Em termos mais públicos, Matateu esteve presente no Restelo em dois jogos, um contra o Farense, o outro para o Benfica (este com uma assistência fantástica!) e acabou por aceitar, com relutância, ir a um programa televisivo, pondo como condição que também estivesse presente Ângelo, antigo defesa do Benfica, e seu marcador (ás vezes com bastante dureza) em tantas pugnas…
E, a partir daqui, passamos a citar Neves de Sousa:
“Então, nesse momento de novo duelo, Matateu atirou, com o seu português sempre muito complicado:
- Ora conta aí, seu Ângelo, todas as porradas que você mi deste, pá!
Ângelo embatucou, [Ribeiro] Cristóvão sorriu, Matateu rasgou a boca. O mesmo sorriso, destapando dentes tão brancos como (afinal) a alma ainda pura do futebolista que marcou uma bela etapa de todo o futuro verde-rubro. A saudade que persiste ainda num Belenenses que, ao tombar do alto areópago [1º descida de divisão], provocou lá longe muita tristeza:
- Foi, mas não conte para ninguém. Chorei muito’”.
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