quarta-feira, abril 21, 2004

Estamos a meio do futuro

O Belenenses perdeu em Alverca e essa derrota, em especial pela forma cobarde e insípida como surgiu, gerou uma onde de descrença completa na massa associativa. Quando os adeptos dão tudo por tudo, vão aos jogos, pagam quotas, aumentos de 40% nos lugares cativos, até conseguem manter-se Belenenses tendo de aturar esta SAD, os atletas (excepto aquelas excepções do costume) mostram uma total falta de empenho. Por outro lado, o suposto timoneiro, que foi uma decepção completa para mim, passa o jogo encostado ao banco a ver a desgraça e só intervém para fazer um chorrilho de asneiras tácticas.

Perdemos em Alverca no último Domingo. Temos a verdadeira final este Domingo com o Rio Ave. A equipa, o treinador, os dirigentes e os adeptos têm todos de se consciencializar que o Belenenses é muito mais que a equipa que servem ou apoiam. É uma instituição que os nossos erros (de toda essa grande família Belenense) não podem levar ao abismo.

No entanto, suceda o que suceder, grande mudanças se perspectivam e impoem no Restelo. O provável abandono de Sequeira Nunes e vazio directivo, a acontecer em Maio implica eleições em Junho, tomada de posse em Julho e tudo isto com a época a começar em Agosto... uma época não planeada, que ainda nem sabemos em que competição será, num momento em que temos 12 jogadores a acabar contrato e mais uns quantos a precisarem de reforma e outros a quererem saír (Marco Aurélio, Pélé, Antchouet, ou seja, os poucos que valem alguma coisa).

O futuro é um vazio quer em termos desportivos, quer directivos. Como e o que será o nosso Belenenses daqui a 6 meses? Ninguém o pode prever. Mas o que podemos, e devemos, é "pensar" o Belenenses e discutir o futuro. Mas acho importante, em especial por a equipa estar a viver um momento tão delicado, não entrarmos em especulações nem suspeições. Parece-me que dificilmente alguém poderá objectivamente apontar à Direcção a mínima falha em lisura de processos ao longo destes anos, pelo que a minha opinião é que devemos confiar nas pessoas, até prova em contrário. Deixem-nos ganhar ao Rio Ave, e para a semana especulamos um bocadinho, com a equipa mais desafogada e nós com menos emoção a toldar-nos o discernimento.

Hoje é 4ª feira, 3 dias depois do jogo de Alverca, a 3 dias do jogo com o Rio Ave. Estamos a meio caminho do futuro. Estes 3 dias vão ser tão longos que parecerão eternos, tão eternos como a nossa paixão pelo Belenenses.

O medo instala-se nas hostes azuis: João Gonçalves falou

Segundo notícia do jornalista Francisco Frederico, publicada no jornal O Jogo de hoje, a comitiva Azul proveniente de Alverca não foi recebida da melhor forma no Estádio, tendo sido provocados danos na viatura que ascendem a 4.000 Euros. No entanto, João Gonçalves desdramatiza a situação e dá mais um voto de confiança à equipa. Quando será que no Restelo se percebe que o que eles precisam neste momento não é de um voto de confiança, mas sim de um chicote? Precisam de alguém que "parta a loiça" e lhes diga aquilo que vai no coração dos adeptos azuis: tristeza e impotência. Sinceramente, acho que já só pedimos dignidade, mas nem isso. Vi alguns jogos do Estrela da Amadora, e vi sempre os seus jogadores suarem a camisola. Vejo o Belenenses e vejo demasiadas vedetas em campo conjugadas com erros primários na gestão da equipa. Passo a publicar o artigo:

Reacção dos adeptos foi "normal"

A comitiva do Belenenses que regressou ao Restelo depois da derrota (1-0) em Alverca foi recebida por algumas dezenas de adeptos, que fizeram questão de manifestar o seu desagrado por mais um jogo decepcionante. Os estragos provocados no autocarro, segundo foi possível apurar, ascendem a 4 mil euros, mas para o presidente da SAD dos azuis não se passou nada de especial. "Era uma meia dúzia de pessoas desagradadas sem significado, que provocou pequenos arranhões na viatura. É normal. Havia um ambiente de frustração entre os adeptos, compreensível e com o qual eu concordo desde que não haja violência", sustentou João Gonçalves, para quem o revês não abalou as esperanças do clube em permanecer no convívio dos grandes: "Tínhamos grandes expectativas para este jogo, mas o resultado não foi o esperado. Ainda assim, temos confiança e vamos lutar até ao fim. Temos três jogos para disputar, dois dos quais em casa, e a equipa tem qualidade para vencer. Aliás, não perdemos a fé nela. Estamos convictos de que os jogadores vão dar a volta à situação, pois eles têm mostrado capacidade para ultrapassar as dificuldades."

Cinco em dúvida

O plantel retomou ontem os treinos, com vista a mais uma "final", desta feita em casa, frente ao Rio Ave, no próximo domingo. Em termos clínicos, o jogo com o Alverca provocou uma autêntica razia: Marco Aurélio (tendinite coxa direita), Eliseu (entorse na região tibiotársica direita), Carlos Fernandes e Hugo Henrique (contracturas nos gémeos) não se treinaram e estão em dúvida para o jogo com os vilacondenses, embora os dois primeiros reúnam melhores condições para jogar. Aos lesionados do momento, juntam-se ainda Brasília, a quem foi diagnosticada uma rotura na coxa direita, e Hélder Rosário, que ontem apenas correu. Para hoje estão previstas duas sessões, ao longo das quais Inácio irá começar a preparar a táctica para o encontro do fim-de-semana, a qual deverá registar alterações em relação à partida com os ribatejanos.

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