segunda-feira, setembro 04, 2006

Análise 2006/07

L.Rodrigues

Análise do temporada 2006/07 publicada em conjunto pelo Blog Finta e Remata (artigo escrito 30-08-2006):

Esta análise é feita num momento em que o plantel do Belenenses ainda não se encontra fechado, como resultado da indefinição resultante do «Caso Mateus». No entanto, a lei é clara e no final das contas a única hipótese possível é a manutenção do Belenenses na 1ª Liga. O grande problema é que esta indefinição está a gerar medo em potenciais reforços e também não permite estabelecer contratos com patrocinadores.

Entradas
Para a baliza, entraram Costinha (ex-Leiria) e Marco Gonçalves (ex-Braga). Sector instável na época anterior, onde Marco Aurélio não mostrou a segurança a que nos habituou e Pedro Alves foi atirado às feras de forma irresponsável por José Couceiro. Marco Gonçalves tem sido crónico suplente no Braga, e nunca mostrou grandes predicados, pelo que poucas hipóteses terá na luta pela titularidade. Já Costinha foi claramente contratado para ser titular. Isto porque Marco Aurélio lesionou-se com extrema gravidade no último jogo da época anterior e apenas regressará na 2ª volta.

Quanto à defesa, registaram-se as entradas de Rodrigo Alvim e Nivaldo, ambos brasileiros. Alvim, proveniente do Paraná, é lateral esquerdo, posição na qual não tem concorrência directa (apenas Sousa poderá ser adaptado) e tem mostrado alguns predicados, mas não tem sido jogador de encher o olho. Quanto a Nivaldo (ex-Curitiba), vem com fama de “patrão” da defesa, e tem deixado boas indicações nestes primeiros tempos.

No meio campo apenas a aquisição de Mancuso (ex-Marítimo), que terá dificuldades em encaixar-se no 11, por ter características semelhantes a Rúben Amorim.

Na frente de ataque, entraram Manoel (ex-Guimarães) e Roma (ex-Pumas). Manoel é um jogador com muitos anos de Liga, que não garante muitos golos, mas garante uma qualidade regular. Quanto a Roma, tem sido a revelação da pré-temporada. Fisicamente semelhante a Romário, é do nome deste craque que deriva a sua alcunha, e a sua forma de jogar é semelhante (foram colegas no Flamengo).

Destaque também para as promoções ao plantel sénior dos internacionais Sandro Moreira e Mano. Jogadores promissores, espera-se que Mano comece paulatinamente a ganhar espaço nas convocatórias, até em virtude da sua polivalência.

Saídas
Na baliza, após anos a fio de Pedro Alves na condição de suplente, este abandona o clube rumo ao Estrela da Amadora após as infelizes exibições que fez na época anterior, lançado às feras em “má altura”.

Na defesa, registou-se a saída de Pelé, pilar da defensiva azul, vendido para o Southampton (onde tem sido titular indiscutível) por 1,3 milhões de Euros. Este jogador era muito sólido na defesa e uma referência nas bolas paradas ofensivas, pelo que é ainda uma incógnita quem ocupará o seu lugar. Também Rui Jorge é uma baixa na defesa azul, após ter abandonado a carreira e ocupado o cargo de treinador dos Juniores do Belenenses. Importante na manobra ofensiva, revelava grandes debilidades em termos defensivos.

Em relação ao meio campo, apenas saiu Rui Ferreira, que perdeu o seu espaço na época anterior e se mudou agora para o Portimonense.

Na frente de ataque, deu-se a saída mais importante: Meyong. Vendido ao Levante, de Espanha, por 2 milhões de Euros, é impossível de substituír (palavras do treinador Jorge Jesus). Meyong é um dos melhores jogadores que envergaram a camisola azul nos últimos anos e todo ele era classe: a receber a bola, a entregá-la, a desmarcar-se, a lutar e, acima de tudo, a finalizar. Acompanharam-no na saída Hassan Ahamada (Chateauroux) que de estrela da pré-época transformou-se num peso no plantel, e também Paulo Sérgio (Est. Amadora), que nunca se percebeu muito bem o que fez em ano e meio com a camisola do Belenenses, para além de dar uns pulos atrás da bola e correr muito, muito, mas sem saber bem para onde nem para quê.

Perspectivas
No saldo das entradas e saídas, o Belenenses fica claramente a perder, pois as saídas de Pelé e Meyong dificilmente são colmatáveis em termos individuais. Mas o que se procupa é construir uma verdadeira equipa, e não ter um amontoado de craques. Para isso, bastou a temporada passada, em que o Belenenses foi o rei do defeso e pré-temporada, para chegar ao campo e acabar em 15º lugar. Jorge Jesus é um treinador que admiro pela sua capacidade de trabalho e resultados apresentados. Expressando-se mal ou não se vestindo com fatos Armani, sabe do que tem de saber. E isso é essencial, em especial para uma massa adepta traumatizada pelos 2 últimos treinadores: bem falantes, bem vestidos, mas com resultados e opções inaceitáveis.

Nota:
No prazo limite para inscrição de jogadores, já depois de ter sido redigida esta análise, o Belenenses assegurou a contratação de Cândido Costa e Fernando, jogadores que rescindiram contratos com Sp. Braga e Académica, respectivamente.

Assim sendo, deixamos a apresentação dos dois atletas que reforçam as alas e fecham definitivamente o plantel do Belenenses, mais uma vez confirmado na Liga Bwin deste ano:

Fernando Domingos de Moura: nasceu a 16 de Abril de 1981, na cidade de Guarajá (Brasil), tem 1,75m de altura e pesa 67kg, vem da Académica de Coimbra e actua preferencialmente como extremo-esquerdo, apesar de também poder alinhar numa posição mais interior do terreno.

Cândido Alves Moreira da Costa: nasceu a 30 de Maio de 1981, em São João da Madeira, tem 1,78m de altura e pesa 73kg, tendo chegado ao Restelo oriundo do Sp. Braga, clube que representou nas últimas duas épocas, alinhando na posição de extremo-direito.

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