terça-feira, novembro 21, 2006

Est.Amadora-1-0-Belenenses: Crónica

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Não há muito a dizer sobre este jogo… ou talvez até haja, mas hoje não me apetece falar disso, vou limitar-me à crónica do jogo.

Dei 15 Euros para ver um pésimo jogo (pior esteve o Manuel Salema que gastou isso mais uns 8 Euros em coratos!!!). A propósito, o preço dos bilhetes é escandaloso, principalmente se tivermos em consideração que apenas dá acesso a ir para trás de uma das balizas, num estádio semi-decrépito, desactualizado e em fim de vida (espera-se). Mas a verdade é que o preço não impediu que lá estivessem muitos adeptos azuis. Ou seja, ao contrário do que muitas vezes se passa no nosso estádio, fomos tratados como verdadeiros adeptos da equipa contrária e não como “mais uns que ajudam à festa”…

Quanto ao jogo propriamente dito e começando pelo princípio, fomos a única equipa em campo durante os primeiros 30 minutos de jogo. Nesse período, só nós atacámos, só nós pressionámos, estendemos o jogo, jogámos pelos flancos, com futebol apoiado, com a defesa a controlar as operações a meio do nosso meio-campo. No entanto, apesar de controlarmos por completo o jogo, raramente conseguimos criar muito perigo junto da baliza do Estrela. Trocámos bem a bola a meio-campo, com Zé Pedro, Ruben, Silas, Alvim e Cândido Costa em destaque mas depois não houve sequência. Não temos um avançado/ponta de lança que saiba segurar uma bola, distribuir jogo, abrir buracos na defesa contrária, correr em direcção à defesa ou ao guarda-redes ou, elementar, ganhar faltas (que saudades do Meyong!!!). Manoel não é esse jogador, definitivamente! Tal como não é Dady nem nunca será Roma (embora possa ter algumas dessas características, pensa mais nele no que na equipa). Ou seja, apesar de dominarmos, a verdade é que o Estrela fez um golo na 2ª jogada de perigo que criou. Foi a eficácia de quem se chegou perto da baliza e foi também a tenrice dos nossos jogadores (em especial do Manoel) que entregaram, de bandeja, o golo ao adversário. A partir daí não há muito para dizer. O Estrela foi tentando, e conseguiu, controlar o jogo até final da 1ª parte.

Na 2ª parte…mais do mesmo. Temos boas intenções, vê-se que alguns até se esforçam (casos de Alvim, Zé Pedro ou Gaspar) mas há outros que ou não se esforçam ou não sabem mais (no primeiro caso Silas e Ruben e, no segundo, Dady, Manoel ou Eliseu). Por incrível que pareça, jogámos pior do que nos primeiros 30 mins mas conseguimos levar mais perigo (umas 2 ou 3 vezes apenas) à baliza do Estrela, não tanto por mérito nosso mas porque a defesa deles (à excepção do Tony) é fraquita. Nem isso soubémos explorar… atacámos quase sempre pelo lado mais forte deles e raramente pelo mais fraco. Neste aspecto, Cândido Costa esteve muito apagado na direita e nunca subiu. Depois, deixámos de jogar apoiado, de ter discernimento e de controlar o meio-campo. Quanto ao Estrela, limitou-se a ver-nos não conseguir controlar o jogo e ainda conseguiu criar alguns embaraços à nossa defesa (embora de uma forma muito fraquinha também), principalmente pelo flanco onde esteve Sousa e, depois, Cândido Costa. Refira-se, ainda, a nojice que foi o anti-jogo feito pelo Estrela, quase desde o começo da 2ª parte. Raramente vi algo tão escandaloso e tão permitido pela equipa de arbitragem.

Algunas notas finais:

Temos urgentemente que contratar um ponta de lança, um homem de área, um avançado, o que lhe queiram chamar...

A arbitragem foi tendenciosa – daquelas que não parecem mas prejudicam a nossa equipa – e pactuou, por exemplo, com o anti-jogo nojento do Estrela. Obviamente que não foi por isso que perdemos, não foi mesmo…

A questão psicológica de, nos últimos anos, perdermos sempre contra equipas aflitas e que até aí nunca tinham ganho a ninguém. É urgente arranjar um psicólogo para os nossos jogadores – ou um curandeiro – para os livrar desse Mal…

Apreciação individual:

MARCO – Não esteve mal, tentou sempre incentivar os colegas mas precisa de um pouco mais de futebol nas pernas.

SOUSA – Que é que se passa com ele? Está apático, adormece, esquece-se de marcar e deixa jogadores aparecerem nas costas. Para além disso não sobe.

FAÍSCA – Uma agradável surpresa. Esteve seguro (tirando um corte mal feito em que entregou a bola ao adversário e alguma displicencia no passe) e cometeu poucas falhas.

GASPAR – A mesma raça e força de sempre, tentando subir sempre que podia, na tentativa de criar superioridade numérica. Normalmente não era bem coadjuvado nessa missão.

ALVIM – O mais esclarecido da defesa. Defende bem e tenta sempre subir, alargar o jogo ou rematar. Sai-se bem de situações complicadas. É um jogador muito seguro.

RUBEN AMORIM – Ele bem tentou mas os (fraquinhos) jogadores do Estrela estavam quase sempre em superioridade numérica. Esteve desastroso a rematar (à excepção de um livre) e pouco esclarecido na 2ª parte. A Selecção deve-lhe ter feito mal.

ZÉ PEDRO – Outro que tentou e não conseguiu. Por vezes parece que atira a toalha para o chão mais cedo do que devia. Se acreditasse mais nele podia levar facilmente esta equipa às costas. Diminuiu de rendimento na 2ª parte mas foi, juntamente com o Alvim, o que mais tentou mudar as coisas.

SILAS – Outra exibição muito fraca, pouco esclarecida, sem garra e sem conseguir transmitir algo de bom aos companheiros. Perdeu-se em fintas desnecessárias, não jogou fácil quando devia e complicou o que já não era fácil…chegar à baliza do Estrela. Sabe muito mas não quer mostrar. É uma verdadeira vedeta que precisava, na minha opinião, de “levar nas orelhas” antes e depois de cada jogo ou sentar-se no banco umas semanitas.

CÂNDIDO COSTA – Quase inexistente no ataque (excepto nos primeiros 20 mins). Não consegue subir, ir à linha, como sempre o vi fazer noutros clubes. Será falta de ritmo competitivo? Talvez…A jogar a defesa não se lhe pode pedir muito.

JANUÁRIO – A mesma nulidade de sempre. Tem sempre azar, falha sempre um passe, falha sempre um remate, falha sempre um corte. Apesar disso, é muito esforçado, só que não sabe mais…

MANOEL – Sem comentários porque não existiu no jogo.

ELISEU – Outro que é esforçado mas inconsequente e pouco inteligente a maior parte das vezes.

DADY – Muito esforçado mas também não sabe mais e entrou num período de jogo esquisito e em que já não havia organização. Precisava de jogar mais.

ROMA – Quem? Chegou mesmo a entrar? Ah…foi a 5 minutos do fim…

JESUS – Temos um bom treinador, pelo que se passou até aqui no campeonato. Percebe bastante de “bola”. Muito melhor que nos últimos 3 anos. Mas ontem esteve mal na equipa inicial. Manoel não pode jogar em equipa nenhuma da 1ª divisão. Roma entra apenas a 5 minutos do fim porquê? O jogo ontem talvez até fosse bom para ele porque sabe segurar a bola e abrir espaços. E Fábio Januário (que tem poucos minutos nas pernas) joga de início porquê, quando este era um jogo para “arregaçar as mangas”, como se costuma dizer? O jogo não era para brincadeiras como Jesus admitiu mas, no fim, chega-se à conclusão…que foi mesmo. Ás vezes gritar com eles não basta, é preciso agir e pensar antes das coisas acontecerem.

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