quarta-feira, novembro 08, 2006

Carvalhal estraga mais um brinquedo caro

L.Rodrigues

Carvalhal saíu do comando técnico do Sp. Braga esta manhã. Depois de se ter despistado com um "Porsche" que ambicionava chegar à Europa dos Pobres no ano passado, não tendo chegado a saír de Lisboa, este ano deram-lhe para as mãos um "Ferrari" que ambicionava chegar à Europa dos Ricos. Estampou-se novamente, mas ainda conseguiu arrancar. Saíu de Braga e foi andando aos "esses", até se estampar.

Há de facto algo de errado com Carvalhal. Tive o prazer de o conhecer na sua passagem pelo nosso clube, e em termos pessoais sempre foi de excelente trato. Em termos técnicos, lembro-me de ver o "seu" Leixões jogar um futebol maravilhoso (com orçamentos faraónicos para uma 2ªB), apesar de nunca ter conseguido subir... o que veio a acontecer logo após a sua saída. O bom trabalho em Setúbal... é um engano, em Setúbal existe um timoneiro (Quinito) e os treinadores são meros peões. Habilitam-se a ter sucesso.

No Restelo, Carvalhal era um homem interessado, que vivia o dia a dia da equipa e acreditava no trabalho que estava a ser feito. Vibrava com as vitórias e ficava transtornado nas derrotas. Que disso não se duvide. Mas as coisas correram mal. Eloquente e com boa imagem, teve a imprensa do seu lado durante muito tempo, e mesmo a saída do Restelo não deixou "feridas"... no próprio, que o clube sofreu, sofre e sofrerá a bom sofrer por aquele ano de loucura, em que lhe deram tudo o que queria.

Encontrou em Braga um projecto aliciante e estruturado, continuou a ter uma imprensa do seu lado, mas os resultados e exibições têm sido inconstantes, e acaba por saír, dizendo que foi por motivos familiares, mas avisando que está interessado em treinar na 1ª Liga. Ora sendo ele de Braga, com família e negócios em Braga, a história da "família" não é propriamente linear, tanto mais que admite querer treinar na 1ª Liga...

Não me esqueço do que "fez" ao Belenenses, mas desejo-lhe boa sorte no futuro. Há que separar o treinador do homem, e esse respeito.

Mas Mister, veja lá se muda de métier...

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