Após 2 vitórias consecutivas, o Belenenses aprestava-se para dar um salto de gigante na recepção à U. Leiria, caso conseguisse vencer. Ao invés, marcou passo, saíndo derrotado num jogo emocionante e... tempestuoso. Controlando o jogo, sendo dono e senhor das oportunidades de golo, o Belenenses desperdiçou ocasiões de golo feito que dão quase para encher duas mãos. Assim torna-se impossível vencer uma partida. Para cúmulo, em mais um erro da defensiva azul (novamente as costas de Sousa), o adversário marcou o golo da vitória.
O Belenenses começou por mandar no jogo, mas sem grandes efeitos práticos. A equipa jogava pouco do meio-campo para a frente, onde Sandro Gaúcho estava imperial como trinco, tendo depois Silas à sua frente, Pinheiro à direita e José Pedro à esquerda. Ora o maior constrangimento da equipa na 1ª parte foi exactamente a colocação de José Pedro na esquerda, pois o virtuoso médio azul rende tudo o que dele se espera jogando no meio. Na frente, Dady andava trapalhão e Roma perdeu todo e qualquer crédito que ainda tivesse nas bancadas, com uma exibição confrangedora. Destaque para o facto de a equipa estar estranhamente apática nesta primeira parte.
No início da 2ª parte Jorge Jesus lançou Eliseu na esquerda para o lugar de Sousa, colocando Pinheiro a defesa direito, descaindo Silas na direita e colocando José Pedro no meio. A equipa revelava outra capacidade de construção de jogo e Dady e em especial José Pedro proporcionaram ao guarda-redes adversário defesas de excelente nível.
A partir daqui, abateu-se um dilúvio no Restelo, ao qual a U.Leiria rapidamente se adaptou, percebendo que teria de jogar no "pontapé para a frente". O Belenenses demorou 10 ou 15 minutos para o perceber, pelo menos toda a equipa, tendo sido quase necessário Jesus entrar em campo para os jogadores perceberem o que deveriam fazer. No entanto, mesmo até ao final, nota negativa para a falta de inteligência de Dady, incapaz de perceber que a bola prendia na água acumulada, e nunca pressionando defesas ou guarda-redes. Se o campo da 2ª parte de ontem não favorece um "caixote" como o Dady, que campo é que o favorece???
Mesmo com o dilúvio, após o período de adaptação o Belenenses caíu em cima da U.Leiria, as oportunidades sucediam-se mas invariavelmente saíam ao lado. Entretanto, nesta altura, o árbitro começa a fazer um péssimo trabalho, em prejuízo do espectáculo. Se ao Belenenses "roubou" 2 ou 3 livres à entrada da área claríssimos (mas aquele teatro amador do Dady leva o árbitro a não sancionar o lance, de tão mal representada que é uma falta que realmente existe), tenho sérias dúvidas no golo anulado à U.Leiria por fora-de-jogo e num lance em que Silas faz uma falta feíssima para amarelo nas barbas do árbitro que manda seguir, criando assim uma situação de perigo para o Belém. Enfim, árbitro fraquinho.
A bola não entrava e quando já depois da hora a U.Leiria queimava tempo na bandeirola de canto, um jogador adversário irrompe na nossa área e Nivaldo sem qualquer necessidade rasteira-o e é expulso. Nivaldo que, diga-se, fez uma excelente exibição, mas já havia arriscado o vermelho directo, envolvendo-se em picardias e entradas arrepiantes a adversários. A U. Leiria falha o penalty, o Belém ainda acreditou e no último lance da partida a bola andou pela pequena área da União, de uma lado para o outro, sem que ninguém a conseguísse encostar para a baliza.
No final, esteve bem a equipa ao agradecer o apoio dos adeptos que num gesto de crença nesta equipa não regatearam aplausos, apesar da derrota. Os jogadores dirigiram-se à linha lateral para agradecer, aplaudindo a assistência e alguns deles pedindo desculpa pela derrota através de gestos. Foi um momento bonito, mais ainda para os estóicos "Furiosos" que estiveram toda a 2ª parte debaixo do dilúvio a apoiar o nosso Belém.
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