domingo, setembro 25, 2005

Quem não marca, sofre.

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L.Rodrigues

Com oportunidades suficientes para sentenciar a partida nos primeiros 5 minutos, o Belenenses foi perdulário (pela primeira vez esta temporada) e veio-se a ressentir disso quando o Porto chegou aos 2 golos de vantagem sem que, em oportunidades de golo, estivesse em vantagem. A partir daí, o Belenenses foi uma equipa descrente e balanceada para o ataque, e só a classe inconfundível de Marco Aurélio permitiu que a derrota não fosse mais pesada. Valeu, acima de tudo, pelas cerca de quatro centenas de adeptos azuis presentes, dos quais cerca de metade partiram de Lisboa ao início da tarde, tendo chegado já quase de manhã.

Continua...

O Jogo
O Belenenses entrou muito bem na partida e enervou o Porto, que aos 5 minutos já tinha visto Baía fazer duas óptimas defesas a remates de Silas e Paulo Sérgio, bem como a um cabeçeamento de Pelé, que foi só "encaixar". A partir daí o jogo entrou numa toada de equilíbrio, com o Porto com maior domínio territorial, porém ineficaz. Até que McCarthy, com um grande golo (excelente o trabalho sobre Pelé), começa a decidir o jogo.

Daí até ao intervalo, o jogo continuou repartido, apesar de se começarem a notar problemas ofensivos, nomeadamente por intermédio de Paulo Sérgio (muito trapalhão) e de José Pedro (alheado do jogo). Chegados ao intervalo, pelo futebol jogado, justificava-se já a vantagem portista, apesar de em termos de oportunidades as equipas se equivalerem.

No início do 2º tempo tudo mudou, o Belenenses começa a mandar no jogo e o Porto de ataque do Co Adrianse transformou-se por longos minutos numa equipa defensiva, com 10 homens atrás da linha da bola. Silas tem oportunidade para igualar a partida, mas Baía opõe-se com excelente defesa, e pouco depois o 2º golo do Porto, num fora-de-jogo claríssimo, por Jorginho, matou o jogo.

O Belenenses não mais acreditou apesar de ter baixado a guarda e ter-se lançado no ataque, sofrendo por isso até final vários contra-ataques portistas que poderiam ter dilatado a vantagem do conjunto nortenho, tendo-se nesse período destacado o guarda-redes Marco Aurélio. As substituições de Carvalhal também não ajudaram, com Romeu a render Meyong, passando ele a jogar sozinho no meio da defesa do Porto e Ahamada a render Paulo Sérgio, colando-se à linha lateral, a meio-campo, com um rendimento nulo (Ahamada é avaçado, não inventem o homem em posições onde não sabe jogar). Salvou-se a entrada de Januário para o lugar de José Pedro que, pela abnegação que o jovem brasileiro deixou em campo, só pecou por tardia.

O Árbitro
O árbitro Bruno Paixão teve uma actuação discreta e, numa análise pouco detalhada, bastante positiva. O problema é quando entramos no campo do detalhe e, detectamos, o 2º golo é claríssimo fora-de-jogo (só não é assinalado de forma intencional, o próprio jogador sabia que estava fora-de-jogo) e nos últimos minutos ficou um penalty por assinalar sobre Romeu. Mas, se já sabemos que nestes estádios sofremos sempre estes dissabores, então para vencermos 14 temos de jogar muito mais futebol do que aquele que jogámos ontem.

Conclusão
Apesar de não ter sido um bom jogo, foi uma actuação esforçada, porém infeliz, da nossa equipa. Há, no entanto, que rever a motivação de jogadores como José Pedro e dar oportunidade, por exemplo, a Fábio Januário. Uma nota positiva para a enorme falange de apoio azul, e uma nota negativa para a reacção dos jogadores no final do jogo, que se limitaram, a pedido do treinador, a agradecer o apoio de quem perdeu muitas horas e gastou muito dinheiro em viagens, através de um aceno do meio-campo. Não basta pedir aos adeptos para apoiarem. É preciso mostrar agradecimento.

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