Começo com esta exclamação "Mais do mesmo, Mister!", pois faz quase um ano que fiz esta frase, mas em jeito de interrogação, após mais uma vergonhosa derrota em Guimarães. Daí para cá, muito tem vindo a mudar no futebol do Belenenses, e hoje assisti a um dos melhores jogos do Belenenses nos últimos anos, com muita, mas mesmo muita classe. Entrámos no jogo a controlar as operações e foi com naturalidade que nos colocámos em vantagem. A partir daí, ao invés de "gerir", continuámos a jogar o nosso futebol, ou seja, a gerir realmente. E seguiram-se mais 2 golos e pelo menos mais 2 poderiam ter surgido. Ao nosso oponente, permitimos-lhe um remate perigoso... ao lado, a 30 metros.
Continua...
O jogo
Curiosamente, é um jogo onde muito e ao mesmo tempo pouco há a dizer sobre o que se passou em campo. Excelente jogo da equipa azul, sempre a mandar no jogo, a trocar a bola com muita confiança e classe, saíndo sempre a jogar, com espectaculares jogadas de entendimento e lances bem estudados. Mas o jogo em si acabou por ser monótono, tamanha a superioridade azul. Quem não apoiásse uma das 2 equipas em campo, acabaria "ensonado" pela lição de futebol do Belenenses e por alguns lances magistrais. Começando pelo primeiro golo, uma obra prima de Silas, que dentro da área, descaído para a esquerda, se libertou do opositor e rematou ao ângulo mais interior, iludindo completamente o guarda-redes Duriense. E o momento mais bonito do jogo foi, só pode ter sido, um golo de grande classe, só ao alcançe de um jogador claramente acima da média, Meyong: um "chapéu de aba larga", de fora da área, com a parte externa do pé direito, parecia que desenhado por um engenheiro, tal a perfeição matemática do seu remate.
Pela positiva, destacaram-se Meyong (pelo golo e pela forma como segura a bola e a entrega jogável), Silas (classe pura, um número 10 fantástico) e José Pedro (com combinações e aberturas de grande nível), bem como a equipa no seu todo. Pela negativa, sinceramente, pouco há a apontar, algumas exibições menos vistosas, fruto da "cintilância" do colectivo.
Registo ainda a postura do treinador Carlos Carvalhal no final do jogo, mostrando-se satisfeito, mas exigindo ainda mais aos jogadores, nomeadamente na parte final do jogo, onde fez o reparo (correcto) que houve algum decréscimo na qualidade de circulação de bola.
Nota final para a exemplar tarja exposta pela Fúria Azul, com a mensagem "Não deixem morrer a Alma, o futebol precisa do Salgueiros". Assim sim, vale a pena marcar a diferença. Quer no campo, quer fora dele.
O árbitro
João Ferreira, o árbitro da partida, pouco ou nada se viu, tendo estado bastante bem. Como único lance duvidoso, uma bola que bateu na mão de Pinheiro dentro da área azul, rematada a meio metro e claramente sem intenção. De resto, actuação sóbria e correcta.
Conclusão
Do princípio ao fim, uma lição de futebol do Belenenses e um bálsamo para os adeptos azuis. Mais do mesmo, Mister, mais do mesmo!
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