O que é uma contractura muscular?

Num momento em que o jogador Belenense Ivan Djurdjevic apresenta uma contractura muscular que, ao que tem sido possível apurar, tem apresentado avanços e recuos, pretendemos com este artigo dar início a um novo espaço onde tentaremos esclarer os bloguistas sobre as causas e consequências de lesões desportivas. Nesse sentido, contamos com a colaboração da Rita Rodrigues e do João Marinho, que vão tentar esclarecer algumas das nossas dúvidas.

A contractura muscular consiste na contracção involuntária e dolorosa de um ou vários músculos por largos períodos de tempo. Esta contracção involuntária pode ter como causa diversas situações. Nos atletas de alta competição, o que acontece mais frequentemente é que a sobrecarga exercida sobre determinados grupos musculares – neste caso, aqueles que se encontram na face anterior da coxa – por treinos prolongados e curtos espaços de recuperação, leva a que estes entrem numa fase de esgotamento, perdendo a capacidade para relaxar.

Este processo, resultante do referido encurtamento dos músculos e tendões ou, em casos mais graves, da fibrose das estruturas periarticulares é difícil de tratar depois de completamente estabelecido e, por conseguinte, as medidas preventivas assumem uma relevância extrema. A estimulação térmica, os alongamentos, as massagens têm, por isso, um papel importante, todavia, quando diagnosticadas e tratadas precocemente, as contracturas são reversíveis.



Inicialmente, as contracturas podem assemelhar-se a cãimbras mas diferenciam-se destas pelo período mais longo de contracção muscular e pelas dores mais acentuadas (mialgias), assim como por um padrão electromiográfico diferente, registado em exames específicos.

Essencialmente, a nível terapêutico, a grande dificuldade está em romper o ciclo vicioso de sobrecarga e esgotamento que se estabelece nestes pacientes e isto só é possível com tratamento fisiátrico e farmacológico intensivo por períodos de tempo variáveis.