quinta-feira, fevereiro 17, 2005

ELEIÇÕES – ALGUNS NÃOS (3)

Artigo da autoria de Eduardo Torres

Espero que, ao contrário do que sucedeu em outras ocasiões, nomeadamente aquando das eleições de José António Matias (1994) e da dupla Ferreira de Matos / Joaquim Cabrita (1990), não saia vencedora, do próximo acto eleitoral no Belenenses, uma candidatura que se caracterize pelo conformismo e falta de ambição.

Há quem diga que foi a ambição - o excesso de ambição - que provocou os grandes males no clube. Eu, com base nos factos, penso exactamente ao contrário. Os que mais enterraram o Belenenses (possivelmente de modo involuntário, não discuto isso) sempre se caracterizaram pelo cinzentismo, por uma imagem de subalternização do clube, por uma postura de conformismo com a menoridade. Para alguns, dá jeito pensar que o problema é ser-se ambicioso: baixa o nível de exigência, e instala a cultura do “qualquer coisa serve”. Mas...


Foi pela falta de ambição que José António Matias começou logo por vender o nosso melhor jogador de então (Emerson), enchendo o clube de emprestados do F.C.Porto e do Benfica, sintoma invariável de menoridade e subalternização face aos clubes emprestadores. Foi por causa da falta de ambição que Ferreira de Matos / Joaquim Cabrita acusaram a lista (infeizmente!) perdedora, liderada pelo Major Baptista da Silva, de megalomania e excesso de ambição; e que, uma vez eleitos, se puseram de joelhos face a Benfica, F.C.Porto e Sporting, para apanharem umas migalhas, no caso uns jogadores emprestados pelo F.C.Porto e o acabado Chalana (“a fim de que este não estivesse parado no Benfica”!!!), e transformarem o Belenenses num clubezinho folclórico, exposto ao ridículo e aos desastres desportivos.

Não quero, de maneira nenhuma aventureirismos; mas não votarei numa lista que revele conformismo e falta de ambição em afirmar (com a sua postura e as suas obras) o Belenenses com um grande clube: uma ambição lúcida, inteligente e fundamentada!

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