sábado, novembro 13, 2004

Festival de golos falhados


Numa boa tarde de Sábado para ir ao futebol, foram muito poucos os presentes no estádio do Restelo, talvez 3 a 4 mil. É uma pena, mas há que repensar toda a envolvência da partida de forma a captar mais pessoas. Quanto ao jogo, vitória clara por 3-0 da melhor equipa, que se revelou, ou "re-revelou", muito perdulária. Com gente com "faro" de golo, poderíamos neste, como noutros jogos, partir para uma goleada histórica. E Juninho Petrolina assume-se, claramente, como um jogador de grande classe e o motor desta equipa, que entrou em campo com 2 ex-juniores...

Devo antes de mais começar por dizer que entrei no estádio no momento em que o jogador do Moreirense foi expulso, pelo que do período anterior só posso afirmar o que me foi explicado pelo Eduardo Torres. Assim, até ao golo, notava-se claramente que a equipa estava sobre brasas, muito nervosa. A jogada que precede o golo de Neca foi a primeira jogada bem conseguida da nossa equipa e acabou por dar origem ao 1º golo. Até aí, o jogo estava muito morno e mal jogado.

Minutos depois, Neca isola-se e sofre falta, sendo o jogador do Moreirense expulso. A partir daí, o Moreirense desapareceu do campo e o Belenenses controlou calmamente o jogo até ao intervalo, período em que ainda atirou 2 bolas à barra. Destaque também na 1ª parte para um erro de Amaral que proporcionou uma boa oportunidade para os Minhotos, que Marco Aurélio resolveu com uma enorme defesa.

Na 2ª parte Rodolfo Lima, que entrara no final da 1ª parte, mostrou-se muito interventivo e "empurrou" a equipa para a frente, cabendo-lhe marcar o 2º golo. Surge então um período de 5/10 minutos em que o Belenenses se apercebeu que poderia partir para um resultado mais dilatado e arrisou mais, tendo o Moreirense começado a incomodar no contra-ataque, mas sempre sem grande perigo. O festival de golos falhados começou então, com Antchouet de volta à "trapalhada", mostrando claramente que psicologicamente tem grandes lacunas. Se muitas vezes não está confiante porque não marca golos, agora parece estar nervoso por "ter" de marcar. E sucederam-se os maus domínios de bola, os toques a mais, enfim...

A 5 minutos do fim, numa excelente jogada de contra-ataque, Amaral aparece completamente sozinho frente a João, finta-o com grande classe e empurra a bola para a baliza, estabelecendo assim o resultado final.

Com o final do jogo, chegam uma vez mais duas sensações distintas: por um lado, poderíamos ter partido para uma goleada histórica ; por outro, poderíamos ter sofrido mais 1 ou 2 golos. Mas parece-me claro que as pessoas têm de compreender que se gostam de ter este caudal ofensivo (temos de melhorar MUITO a finalização), não podemos ter grande estabilidade defensiva, isto sem se apontar nada à defesa. Mas é um facto que o único jogador com características defensivas no nosso meio-campo é o Andersson, que na verdade nem é trinco, mas sim médio-centro. Talvez seja possível encontrar um equilíbrio maior, mas não me parece justo que à saída e durante o jogo houvesse tanta gente a dizer tão mal da equipa. Uma das acusações mais ouvidas era que a equipa não corria, como se via correr o Estoril e a Académica... Na minha opinião, ainda bem, porque é sinal que somos uma equipa que sabe para onde vai e como quer jogar.

Uma nota final para destacar Juninho Petrolina, Rolando e Amaral, claramente os nossos melhores jogadores esta tarde. Nos antípodas, José Pedro (tão em baixo de forma, tão descrente...) e Antchouet (voltou à "trapalhice"). Gostei também de ver Carvalhal a colocar Cristiano, que me parece um bom profissional e que merece ir jogando, até para não perder ritmo.

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