domingo, julho 25, 2004

1 perda inestimável e 3 pérolas deitadas à rua

Este é um fim de semana estranho, que me conduz para sentimentos ambíguos relativamente ao meu Belenenses. Por um lado, temos 2 vitórias convincentes, em especial em termos ofensivos, faltando claramente sistematizar os mecanismos defensivos. Por outro, perdemos Sousa por 6 meses e 3 esperanças do futebol azul para sempre...

As vitórias
Depois de ganharmos 4-2 ao Olhanense (com os 2 do Olhanense enganadores) e 3-0 ao Alverca, vemos uma equipa com uma grande capacidade ofensiva, capacidade essa assente em jogadores como Antchouet, Lourenço e Rodolfo Lima, sem esquecer Eliseu, que voltou à sua posição de origem e está a dar cartas. No meio-campo, temos um farol chamado José Pedro, com o Rúben Amorim a crescer e a merecer jogar já esta época. O Neca parece claro que vai ter uma época complicada se não mudar de atitude e não mostrar mais empenho e capacidade física. No meio campo defensivo, temos Andersson como o pêndulo e Tuck ainda terá uma palavra a dizer. Na defesa, Mangiarrati parece estar a perder terreno, e Sandro e Pélé, sem esquecer Rolando, parecem as melhores apostas para o eixo. Do lado esquerdo, Cristiano começa a convencer e é um jogador acima da média, enquanto do lado direito Amaral é um óptimo jogador e Sousa tem um pulmão e entrega inesgotáveis. Na baliza, nem se põe qualquer questão: quem tem o Imperador Marco Aurélio, tem tudo.

As derrotas
Questionam-se agora: "Mas não perdemos nenhum jogo?". Pois não, mas perdemos um jogador importantíssimo pelo seu amor à camisola e por nunca virar a cara à luta, como o Sousa, para além de ficarmos debilitadíssimos do lado direito se o Amaral se lesiona. Para além disso, acabámos de dispensar 3 jogadores que ainda há 3 meses estavam na selecção de sub-19, o Lécio Pereira, o Bruno Simão e o Diogo Andrade. Diogo Andrade já há muito via questionado o seu profissionalismo (note-se que era amador, talvez uma incongruência própria do nosso Belém) e Bruno Simão teve uma época nos séniores, com 3 treinadores, e nenhum deles apostou nele. Já Lécio Pereira, o Makelele do Restelo, era um jogador claramente promissor, internacional, que estamos a deitar à rua. Ainda no jogo treino com a Itália vi e ouvi a imprensa transalpina impressionada com o miúdo. Aliava a um grande pulmão uma boa capacidade física e sentido posicional e leitura de jogo, que o tornavam dono do meio-campo.

A minha questão é simples: para quando o estabelecimente de um protocolo com um clube da 2ª B e outra da Liga de Honra? Quando os jogadores chegam a séniores, são avaliados e vê-se se têm possibilidades de crescer no seio do clube. Se não tiverem espaço, são emprestados no 1º ano de séniores para a 2ª B. No ano seguinte, e têm um prazo de 2, no máximo 3 época, irão para a Liga de Honra. Se por volta dos 21/22 anos não tiverem categoria para integrar a equipa, aí sim são dispensados. É este o modelo seguido por Guimarães, ou Boavista, por exemplo. Não digo que se faça isto com todos os júniores, mas pelo menos com aqueles que têm fortes capacidades. Não vamos andar a deitar fora internacionais...

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