domingo, maio 15, 2005

E os golos?

Luciano Rodrigues

O Belenenses tinha esta tarde uma óptima oportunidade de continuar a almejar a entrada na Taça UEFA ou, na pior das hipóteses, atingir o 6º lugar no final da época, o que não sendo bom, é um mal menor. Falhámos, tal como temos vindo a falhar ao longo de toda a temporada nos jogos fora de casa. Por acaso, até já tivemos vários jogos bem piores em que ganhámos. E hoje também poderia ter acontecido se...

Início sensaborão
Os primeiros minutos pareciam revelar um Belenenses com vontade mandar no jogo, mas rapidamente se percebeu que seria sol de pouca dura, e que estavamos condenados a mais um jogo "a ver se dá"... seja para o 0-0, ou para um 0-1 cheio de sorte.
O jogo, sob alguma chuva e com o campo bastante escorregadio, ia sendo jogado aos repelões. A primeira oportunidade surge para o Belenenses numa boa iniciativa de Paulo Sérgio, que cruza para a área onde Antchouet só tinha de encostar. No entanto, o cruzamento foi um tudo nada atrasado e Antchouet nem consegui rematar. De seguida, Marco Aurélio voltou a mostra porque é o melhor guarda-redes da SuperLiga com duas grandes defesas, a primeira das quais monumental, a remate de Carlos Carneiro, isolado. Também na 1ª parte, Paulo Sérgio perde um golo "feito", com um cabeçeamento, dentro da pequena área e sem oposição, por cima da barra.

2ª parte... golo do Gil
A 2ª parte começou praticamente com o golo do Gil Vicente, numa execução perfeita (isto partindo do pressuposto que houve intenção) de Nandinho, que descaído sobre o lado esquerdo da área fez um chapéu fantástico a Marco Aurélio, colocando a bola no ângulo oposto, de forma indefensável. Só a partir daí o Belenenses reagiu, tendo entrado Ruben Amorim e Lourenço para o lugar de Neca e Marco Paulo. Ruben Amorim entrou muito bem no jogo e, parece-me, vai "rebentar" na próxima época. Mais para o final da partida, Eliseu entrou para fazer todo o corredor esquerdo e esteve bem, apesar de ter sido pouco solicitado pela equipa. Até ao final da partida, pressionámos e tentámos então "tomar as rédeas", mas o campo estava difícil, o pulmão já faltava e o ataque desinspirado. Durante a 2ª parte, destaque para um óptimo cabeçeamente de Renato a que Paulo Jorge se opôs bem e a um remate de José Pedro, se ressaltou num defesa, fazendo um enorme arco e acertando em cheio na barra.

Positivo
-> Marco Aurélio - o seu nome basta, pouco mais há a explicar. É enorme!
-> Renato - excelente estreia, fisicamente forte, rápido, com bom poder de antecipação e bom jogo de cabeça. Precisa só de perceber que na Europa não pode fintar avançados, muito menos em campos "escorregadios" como o desta tarde
-> Pelé - foi um bom "tampão" no meio-campo, defendendo bem e transportando algum jogo, fruto do seu poder físico que se adequa às condições do terreno.
Substituições - Ruben Amorim e Eliseu entraram muito bem no jogo e provaram poder ser muito úteis ao Belenenses.
-> Carvalhal - Esteve muito bem no banco e acertou na inclusão de Renato no 11. Pena Tuck ter ficado no banco.
-> Golo - um grande golo de Nandinho... infelizmente

Negativo
-> Atitude - Fomos, como sempre fora de casa, uma equipa muito passiva com o 0-0. Temos de entrar em campo, em qualquer campo, a dominar o jogo.
-> Maio-campo ofensivo - Absolutamente inoperantes no ataque, José Pedro ainda conseguiu "atrapalhar" por vezes no trabalho defensivo. É incrível como Antchouet, a jogar contra uma dupla de centrais "adaptada", não foi servido uma única vez junto à relva nas costas dos centrais.
-> Tuck - o capitão merecia jogar nesta despedida na sua cidade natal. Os aplausos que recebeu do público da casa mostram bem o agradecimento daqueles que tiveram o prazer de o ver jogar. Exige-se Tuck em campo no último jogo.

Estádio
O Estádio de Barcelos foi uma agradável surpresa. Bem dimensionado face à dimensão do clube, funcional, simples mas "arejado" e servido por amplos espaços de estacionamento. Um exemplo de uma obra claramente "em conta" e que cumpre o seu objectivo. Parabéns ao Gil por apresentar uma casa tão agradável.

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