sexta-feira, janeiro 16, 2009

Quarto de Hora à Belém XXIII




Amigos Belenenses, na passada semana assistimos à primeira vitória fora do nosso Belenenses.

Foi uma vitória justa segundo a crítica, com o Belenenses a fazer um bom jogo e a desperdiçar algumas oportunidades para dilatar o resultado. Destaque para uma equipa recheada de jovens, com um nome a sobressair, Pelé. Um miúdo que segundo várias opiniões enche o campo de qualidade. Esta equipa mostrou o carácter que Jaime Pacheco quer incutir neste Belenenses e espírito de sofrimento, pois não alinhámos com a defesa toda! Estava tudo castigado e talvez para bem do Belenenses. É que a nossa defesa tem andado muito fraca. Mas no jogo do passado fim-de-semana equilibrou-se com o recuo de Diakité para zonas centrais e daí aproveitar a sua altura. Com Marcelo na frente ganhámos espaços, e com toda aquela irreverência advinda da juventude ganhámos um jogo muito importante. Já estamos mais desafogados. Foi muito importante aquele jogo, pois os jovens sentiram que no Restelo podem ter oportunidades, o que interessa é o momento de forma e a qualidade de jogo, e isso podemos agradecer a Jaime Pacheco. Aconteça o que acontecer, Pacheco sabe como ninguém ler o jogo e dar oportunidades aos jovens. Sempre o fez nos clubes por onde passou e agora está a fazê-lo. E é assim que se descobrem valores, aproveitando-os e fazendo-os crescer como pessoas.

Visto o jogo com o Rio Ave para o campeonato, passamos para a Taça da Liga. O destaque vai para a boa exibição de Baiano e de Vinicius, mas sobretudo do primeiro.

Na primeira parte tivemos alguma dificuldade, para ultrapassar o meio-campo do Guimarães, visto que este também se posiciona bem no campo e até teve uma boa oportunidade para marcar, mas na segunda parte entrámos melhor, a assumir as despesas do jogo e já com Silas em campo. De facto, Silas entrou para a saída de Alex (que mais uma vez jogou mal) e mudou o jogo. Pautou o ritmo do jogo, organizou o futebol do Belém e com os seus passes de grande qualidade, colocou perigo à defesa contrária. Tivemos mais controlo sobre o jogo, mas só tivemos uma falha, a finalização. Neste jogo podemos perceber que nem Porta, nem Roncatto, nem João Paulo, são os “matadores” que o Belenenses precisa. Falta sempre qualquer coisa a eles. Ou é a falta de velocidade (sobretudo de Porta e Roncatto) ou então é o jogo trapalhão (levado a cabo por João Paulo, basta ver a jogada em que se atrapalha e atira a bola à sua própria cara).

Nestes dois jogos podemos perceber que o Belém está melhor em termos da sua organização, sobretudo a defensiva. Diakité acrescenta muito ao Belém (pois é polivalente, joga a central e principalmente a trinco) e Tininho é “raçudo” e defende bem, constituindo uma boa opção para o lado esquerdo da defesa (em que China continua ainda fora de forma). A equipa está muito mais entrosada com as ideias do técnico e assume melhor o jogo. Com alguns reforços, sobretudo para a defesa e para o ataque (a entrada de um goleador) a equipa poderá aumentar a qualidade do seu jogo e subir ainda mais na classificação. Agora é preciso recuperar Zé Pedro (pois faz muita falta, quer na organização do jogo ofensivo, com a sua imprevisibilidade, quer nas bolas paradas) e Gómez para atacar os próximos jogos, com ambição.

Noutro campo, ainda há indivíduos que querem protagonismo. Ou melhor clubes. Mas por vezes é melhor estarmos calados e lermos as coisas até ao fim. Claro que isto é dirigido ao Trofense. Todo este alarido feito por este clube é de gente mesquinha e é sobretudo um factor de desestabilização psicológica dirigida ao Belém. Para argumentar perante o Trofense basta ao Belém recorrer ao ponto número 3 do artigo 5º do Regulamento de Transferências da Fifa “Um jogador transferido entre dois clubes cujas associações tenham temporadas sobrepostas (por exemplo: uma comece no Verão/Outono e outra no Inverno/Primavera) estará em condições de jogar oficialmente por um terceiro clube, desde que tenha cumprido todas as obrigações contratuais com os clubes anteriores”. Aqui se integra o Vinicius Pacheco. É fácil e basta só interpretar a lei, lendo contudo as suas excepções e não só a regra geral. Assim, só posso concordar com a direcção do Belenenses, em levar o caso para últimas instâncias, na medida a pedir uma indemnização por danos morais, pois mais uma vez o nome do clube esteve ligado a um caso, e mais uma vez este tem razão e mais uma vez está a ser “linchado” na praça pública. Chega de perseguir quem faz bem ao futebol e pugna-se por ser correcto e defensor de valores. Porque não o Trofense aludir também ao caso do Hulk, visto que este também está numa situação idêntica? Será medo? Será que querem aproveitar-se da fraca situação económico-financeira do Belém e da sua instabilidade de resultados? Aí é que se vêem os clubes e os valores do futebol português. É o regresso do “chique esperto” e do mundo mesquinho do futebol português. E depois querem as grandes instituições que haja pessoas no futebol e que se dinamize o respectivo desporto. O futebol português é isto!

Vamos lá Belém ganhar ao Benfica no Sábado e calar as críticas, pois ontem vinha a sair do estádio e ouvi na rádio que o Benfica com a vitória sobre o Olhanense estava automaticamente apurado para as meias-finais da Taça da Liga! Como é que isso é possível se ainda não jogaram com o Belém? Ou será que está programado mais um golo em fora-de-jogo e por assim dizer mais uma arbitragem tipicamente à portuguesa? Isto só no nosso futebol!

Saudações Azuis!
Nuno Valentim

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