sexta-feira, janeiro 02, 2009

Baú Azul: Capela



Capela

Manuel Capela nasceu em Angeja, concelho de Albergaria-a-Velha (quem se lembra do Alba?) distrito de Aveiro.

E vamos começar por aí Aveiro distrito indiscutível e de excelsos Belenenses que ao longo destes quase 90 anos nos têm feito sentir que um clube que nasceu em Belém, nasceu para todo um país toda uma comunidade e se hoje somos o que somos, Aveiro tem uma fatia bem grande nessa comunhão, acreditem o que digo é não só do fundo do coração é de alguém que deve (provavelmente a Mário Duarte) essa expressão única do ser do “Belenenses”.

Capela, guardião Belenenses. Que me perdoem os adeptos dos outros clubes mas quando procuro na internet, os maiores admiradores de guarda-redes somos nós, escrevemos textos do Capela, do Sério, do José Pereira, do Félix Mourinho, do Delgado, do Melo, do Jorge Martins, do “Imperador” Marco Aurélio como ninguém. E é certo que por circunstância do destino nem Roquette, nem Azevedo (adepto Belenenses) nem Damas nem Bento defenderam as nossas balizas, mas nesse capítulo ninguém nos bate.

Voltemos ao Capela, guarda-redes do nosso clube entre as épocas de 42-43 e 47-48, campeão nacional e afamada Torre de Belém, sem demérito pela constituição que Feliciano, Vasco e Capela proporcionavam.

Pois bem de Manuel Capela internacional se contam estórias infindáveis tais como, no campeonato de 1945/46 os rapazes de Belém só perderam a corrida pelo titulo quando num jogo no Lumiar perderam ante o Sporting tendo o arbitro validado três golos azuis, mas um juiz de linha de seu nome Rosa, fez anular dois ameaçando ir embora se a sua intenção não fosse avante, e o Sporting venceu 2-1, deixando o título ao alcance do Benfica. Em Janeiro de 1947 a estreia de Capela pela selecção nacional, num jogo contra a Suiça , por gracejo os jogadores da selecção ao passarem por Capela benziam-se , não fora ele Capela.

Segundo jogo e um feito histórico Portugal ganha à Espanha pela primeira vez e logo por 4-1.Capela esteve muito bem ao ponto de receber elogios espanhóis “Este es Capela? Es un fenomeno! Más alto y más maravilloso que la Giralda”

E chega um célebre jogo dos 10-0 com a Inglaterra. Aos 27 minutos de jogo e já com 4-0, o seleccionador substitui Azevedo por Capela, mas este pouco pôde fazer para travar o poderio dos ingleses.

No rescaldo deste jogo, os jogadores tiveram de explicar-se na PVDE (mais tarde PIDE) e como sequência do inquérito, Capela é suspenso por seis meses.

O Profissionalismo entretanto surgia como uma nova ordem emergente, e Capela alegando o propósito de ir continuar os seus estudos de letras, pretende ir para a Académica. Como o Belenenses, suspeita que por detrás desta intenção está o facto de o jogador pretender dar o salto para o FC Porto, a DGD autoriza a transferência para a Académica , mas com uma limitação no caso de sair da AAC teria de regressar ao antigo clube.

Capela continuaria por isso em Coimbra voltando a representar a selecção nacional e levando o emblema de Coimbra à final da Taça de Portugal de 1951 trazendo uma inovação, ao intervalo os jogadores academistas inalaram oxigénio, tentando diminuir o cansaço, o que não lhes permitiu mesmo assim ganharem o troféu.

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