A frase não é nossa. Quem a escreve hoje, no diário "A Bola", é Cruz dos Santos, na sua coluna "Vivó Árbitro". E porque não é apenas esta frase que tem interesse, passamos a citar a parte do texto que se refere à palhaçada do último domingo:
"(...) Finalmente, a arbitragem anormal, por erros clamorosos em matéria disciplinar, de Elmano Santos, no FC Porto-Belenenses. Custa entender como foi possível Pepe nem sequer ter sido advertido quando atingiu, de pé em riste, Marco Aurélio, já claramente bom a bola nas mãos (nota do blog: há quem chame a isto "agressão"). Inaceitável permissividade. Mas não menos grave ficou sendo o sucedido com Juninho Petrolina, advertido por derrube que de forma alguma o justificava e, pouco depois, ainda cedo, expulso por nova advertência ainda mais absurda, já que ele foi atingido no solo por bolada intencional de Ricardo Costa (com o jogo parado), nada mais teve do que um pequeno gesto de repúdio e, ainda por cima, nem advertência houve para o jogador portista. Queixa-se o Belenenses e, em boa verdade, foi absurdo o que se passou nas Antas".
Foi no Dragão, e não nas Antas. Mas como situações como estas já vêm de trás, Cruz dos Santos juntou 1 mais 1 e disse aquilo que todos pensam há muito tempo...
Já Sousa Tavares, um fanático cronista portista que todas as semanas mais não faz do que demonstrar a sua cegueira incondicional, "enganou-se" e admitiu duas coisas simples:
- que o critério de Elmano Santos foi precipitado...
- ... e que com 11 contra 11 o resultado poderia ter sido diferente!
Aliás, dificilmente Sousa Tavares poderia fugir ao evidente: o Belenenses foi prejudicado de forma escandalosa, admitida por todos (com excepção de Fernandez...). Só não disse que esta não foi a primeira vez, mas isso já seria pedir muito.
Perante este cenário de indignação generalizada, com impacte muito para além das fronteiras clubísticas, Sequeira Nunes vem hoje dizer que será ele a escolher o timing para falar: "No tempo certo tomaremos as devidas medidas, e é natural que se faça alguma coisa. Não tenho medo de falar, mas serei eu a escolher o timing para o fazer" - A Bola.
Pela minha parte confesso-me desiludido, embora não surpreendido. Não é a primeira vez que o Belenenses cala perante situações deste tipo. Sequeira Nunes, que fala demasiadas vezes na primeira pessoa, é o rosto desta inoperância.
Sempre defendi o nosso presidente e creio mesmo que será ele um dos grandes responsáveis pela boa planificação feita esta temporada, pelas correctas contratações e pela caminhada que o clube tem feito, no sentido de ter cada vez mais e melhores condições para um dia destes regressar à ribalta desportiva, no futebol.
Todavia fico sem perceber várias coisas, e em particular:
1. Qual o timing certo para reagir a esta vergonha?
2. Deixaremos Petrolina ser castigado por algo que não fez?
3. O que são "devidas medidas"? Será apenas "natural que se faça qualquer coisa"? Não é imperioso?
Como alguém dizia, daqui por 3 ou 4 semanas ninguém se lembra da palhaçada de domingo, e nessa altura será pouco eficaz denunciar o "absurdo das Antas".
Não defendo que passemos a adoptar uma postura tipo Loureiros, atirando tiros para o ar a toda a hora. Mas calar, calar, calar e calar começa a aborrecer. Apenas desejo que quem dirige o clube saiba interpretar correctamente aquela que é a indignação dos sócios e adeptos.
terça-feira, outubro 05, 2004
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