Amigos belenenses,
Inicío a minha colaboração com o nosso excelente Blog do Belenenses agradecendo, em primeiro lugar, a oportunidade que me é dada de expôr os meus pontos de vista acerca da realidade do nosso clube num espaço onde se respira belenensismo e onde verdadeiramente se afirma a dimensão nacional do clube. Tivessem as assistências no Restelo o seu equivalente na pujança e dimensão com que os belenenses se expressam na internet e andávamos todos felizes da vida... Espero cumprir pontualmente o compromisso que assumi, e não defraudar quem tão amavelmente me cedeu este cantinho às quintas-feiras e, acima de tudo, espero que de alguma forma as minhas crónicas possam possibilitar mais um espaço de reunião e de debate de ideias sobre o nosso clube, a única forma viável, no meu entender, de invertermos um caminho que, creio que todos concordamos, tem sido descendente há mais de trinta anos.
Confesso que a tentação de desancar quem construiu o plantel da nossa equipa de futebol para 2008/2009 é grande. Confesso também que a extinção do Basquetebol, do Pólo Aquático e, numa avalanche que considero perigosa, os ecos sobre a aniquilação de outras modalidades me assustam e que estou longe do pensamento de vários consócios que se davam por satisfeitos em ver o Belenenses evoluir apenas em futebol e andebol, canalizando todos os seus fundos para estas modalidades. Confesso ainda, e no seguimento do exposto, que não gosto de Basket, que nunca vi um jogo de Pólo Aquático na vida, nem um de Rugby até ao fim, nunca me desloquei ao Acácio Rosa para ver a nossa magnífica equipa de futsal, nem nadei nas nossas piscinas, nem corri nas nossas pistas de atletismo, nem fui aos jantares do Casino Estoril. Sou um adepto de futebol e de andebol, o meu cativo aquece sempre às segundas-feiras à noite com o peso do meu rabiosque e chego à meia-noite a casa perdido de tristeza quando a bola bateu no poste, ou quando o árbitro a meteu na nossa baliza, ou quando as nossas equipas pura e simplesmente não são dignas de vestir aquela camisola. Mas eu não considero que devamos ser exclusivistas e que o nosso gosto pessoal deva orientar a realidade de uma instituição de que todos somos sócios. O Belenenses é bem mais do que uma classificação esporádica para a Taça UEFA ou uma cabazada ao ABC; é, na minha perspectiva, uma entidade que se pauta, desde a sua fundação, pela prestação de serviços desportivos e sociais à comunidade, que deve ser preservada e modernizada enquanto tal e que se deveria assumir definitivamente como o único clube de Lisboa capaz de encarnar o ideal do desporto e da competição como algo mais do que a mera conquista de títulos. Um Belenenses o mais ecléctico possível é o único Belenenses capaz de sobreviver no futuro.
Não me considero apto a julgar o trabalho da nossa direcção, por enquanto. O pouco tempo de trabalho que leva merece-me o benefício da dúvida; todavia continuo a observar um site oficial morto e enterrado; continuo estarrecido a não ver qualquer política de aquisição de novos sócios, qualquer tentativa de acrescentar adeptos aos nossos jogos; mantém-se, que eu saiba, a mesma falta de dinâmica ao nível de merchandising e de gestão da nossa marca (estou curiosíssimo de voltar a entrar na nossa loja (?) azul); permanecem os nossos sócios mais idosos sem um espaço digno de reunião naquele mundo que é o Restelo; oiço falar (de cara à banda) em implantar um centro de estágio na margem sul onde já residem Sporting e Benfica, esquecendo-se a multidão de jovens que residem em Oeiras, Cascais e especialmente, Sintra; consta que há um plano para remodelar o Restelo (outro...) que o Maracananzinho vai para obras, que o Acácio Rosa vai para o chão e que as piscinas serão mais um balcão de banco e café e spa e sei lá mais o quê. Oxalá seja para o bem do nosso Belenenses, oxalá se faça um hotel na Superior Norte e um Casino na Lateral e duas bombas de gasolina no Parque de Estacionamento a sul... se é esse o caminho da salvação, arraquem! Agora, apenas gostava que me explicassem como é que o Vitória de Setúbal tem o Leandro Lima e o Moraes, como é que o Garcés vai para a Briosa, o Varela para a Amadora, o Braga ataca com Meyong, Renteria, Linz, Alan e Mossoró, o Guimarães contrata o Gregory, o Nuno Assis e o Luís Filipe e nós recrutamos uma legião de brasileiros que mesmo que fossem bons, mesmo que fossem óptimos, precisariam sempre de meia época para se adaptarem ao nosso futebol... é, no mínimo, absurdo (pelo menos quando se apregoa como objectivo chegar às finais das taças nacionais), no máximo, suicida, querendo eu estar muito enganado quando afirmo que “Mior só no Grandella”.
Valha-nos o facto de o futebol não ter lógica absolutamente nenhuma e de o Arroz ir abrasileirar as tripas ao som de um Organista que numa semana se transformará em virtuoso do piano, enquanto o João Paulo, às três tabelas, marcará o golo de sonho que me calará a mim e deixará o Dragão com os olhos em bico a olhar para o China, para o Zé Pedro e para o Silas que entretanto até já sambam com o Julião e com o Negão e, sei lá, com o bicho papão... haja vontade e uma dose forte de oração!
Viva o Belém!
Pedro Sequeira
Inicío a minha colaboração com o nosso excelente Blog do Belenenses agradecendo, em primeiro lugar, a oportunidade que me é dada de expôr os meus pontos de vista acerca da realidade do nosso clube num espaço onde se respira belenensismo e onde verdadeiramente se afirma a dimensão nacional do clube. Tivessem as assistências no Restelo o seu equivalente na pujança e dimensão com que os belenenses se expressam na internet e andávamos todos felizes da vida... Espero cumprir pontualmente o compromisso que assumi, e não defraudar quem tão amavelmente me cedeu este cantinho às quintas-feiras e, acima de tudo, espero que de alguma forma as minhas crónicas possam possibilitar mais um espaço de reunião e de debate de ideias sobre o nosso clube, a única forma viável, no meu entender, de invertermos um caminho que, creio que todos concordamos, tem sido descendente há mais de trinta anos.
Confesso que a tentação de desancar quem construiu o plantel da nossa equipa de futebol para 2008/2009 é grande. Confesso também que a extinção do Basquetebol, do Pólo Aquático e, numa avalanche que considero perigosa, os ecos sobre a aniquilação de outras modalidades me assustam e que estou longe do pensamento de vários consócios que se davam por satisfeitos em ver o Belenenses evoluir apenas em futebol e andebol, canalizando todos os seus fundos para estas modalidades. Confesso ainda, e no seguimento do exposto, que não gosto de Basket, que nunca vi um jogo de Pólo Aquático na vida, nem um de Rugby até ao fim, nunca me desloquei ao Acácio Rosa para ver a nossa magnífica equipa de futsal, nem nadei nas nossas piscinas, nem corri nas nossas pistas de atletismo, nem fui aos jantares do Casino Estoril. Sou um adepto de futebol e de andebol, o meu cativo aquece sempre às segundas-feiras à noite com o peso do meu rabiosque e chego à meia-noite a casa perdido de tristeza quando a bola bateu no poste, ou quando o árbitro a meteu na nossa baliza, ou quando as nossas equipas pura e simplesmente não são dignas de vestir aquela camisola. Mas eu não considero que devamos ser exclusivistas e que o nosso gosto pessoal deva orientar a realidade de uma instituição de que todos somos sócios. O Belenenses é bem mais do que uma classificação esporádica para a Taça UEFA ou uma cabazada ao ABC; é, na minha perspectiva, uma entidade que se pauta, desde a sua fundação, pela prestação de serviços desportivos e sociais à comunidade, que deve ser preservada e modernizada enquanto tal e que se deveria assumir definitivamente como o único clube de Lisboa capaz de encarnar o ideal do desporto e da competição como algo mais do que a mera conquista de títulos. Um Belenenses o mais ecléctico possível é o único Belenenses capaz de sobreviver no futuro.
Não me considero apto a julgar o trabalho da nossa direcção, por enquanto. O pouco tempo de trabalho que leva merece-me o benefício da dúvida; todavia continuo a observar um site oficial morto e enterrado; continuo estarrecido a não ver qualquer política de aquisição de novos sócios, qualquer tentativa de acrescentar adeptos aos nossos jogos; mantém-se, que eu saiba, a mesma falta de dinâmica ao nível de merchandising e de gestão da nossa marca (estou curiosíssimo de voltar a entrar na nossa loja (?) azul); permanecem os nossos sócios mais idosos sem um espaço digno de reunião naquele mundo que é o Restelo; oiço falar (de cara à banda) em implantar um centro de estágio na margem sul onde já residem Sporting e Benfica, esquecendo-se a multidão de jovens que residem em Oeiras, Cascais e especialmente, Sintra; consta que há um plano para remodelar o Restelo (outro...) que o Maracananzinho vai para obras, que o Acácio Rosa vai para o chão e que as piscinas serão mais um balcão de banco e café e spa e sei lá mais o quê. Oxalá seja para o bem do nosso Belenenses, oxalá se faça um hotel na Superior Norte e um Casino na Lateral e duas bombas de gasolina no Parque de Estacionamento a sul... se é esse o caminho da salvação, arraquem! Agora, apenas gostava que me explicassem como é que o Vitória de Setúbal tem o Leandro Lima e o Moraes, como é que o Garcés vai para a Briosa, o Varela para a Amadora, o Braga ataca com Meyong, Renteria, Linz, Alan e Mossoró, o Guimarães contrata o Gregory, o Nuno Assis e o Luís Filipe e nós recrutamos uma legião de brasileiros que mesmo que fossem bons, mesmo que fossem óptimos, precisariam sempre de meia época para se adaptarem ao nosso futebol... é, no mínimo, absurdo (pelo menos quando se apregoa como objectivo chegar às finais das taças nacionais), no máximo, suicida, querendo eu estar muito enganado quando afirmo que “Mior só no Grandella”.
Valha-nos o facto de o futebol não ter lógica absolutamente nenhuma e de o Arroz ir abrasileirar as tripas ao som de um Organista que numa semana se transformará em virtuoso do piano, enquanto o João Paulo, às três tabelas, marcará o golo de sonho que me calará a mim e deixará o Dragão com os olhos em bico a olhar para o China, para o Zé Pedro e para o Silas que entretanto até já sambam com o Julião e com o Negão e, sei lá, com o bicho papão... haja vontade e uma dose forte de oração!
Viva o Belém!
Pedro Sequeira
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