No Domingo, vi o jogo com o Porto e notei um aspecto essencial – a falta de ambição da nossa equipa. A equipa estava quase sempre atrás da linha da bola e jogou na expectativa.
Pensei no final e lembrei-me daquele Belenenses que derrotou o Porto no antigo estádio das Antas com Marinho Peres, em que Zé Afonso brilhou. Ganhámos esse jogo por 2 a 1. Veio-me à memória também um Belenenses a jogar futebol espectacular e a vencer por 3 a 0, o Porto, com o mesmo treinador ao leme. Nesses dois jogos a equipa esteve sempre coesa, mas tinha sempre um aspecto fundamental, a ambição e o chamado "futebol bonito” (com a técnica de Verona e a qualidade de jogo de Neca).
De facto, existe uma dicotomia entre o passado e o presente.
O passado do Belenenses é rico em emoções, basta recordar aquele episódio do campeonato perdido no ultimo minuto com o Sporting, já na era Matateu.
O passado, traz-nos memórias de um clube com vários êxitos, em que se destacavam nomes como – Pepe, César de Matos, Artur José Pereira, Augusto Silva, Artur Quaresma, Matateu, Vicente, entre muitos outros.
O ponto alto é sem dúvida o campeonato conquistado em 1945, com muito esforço e dedicação, mas sempre com uma ambição sem limites. Pontificaram as Torres de Belém (Capela, Vasco e Feliciano), que eram sinónimo de amor ao clube, pois jogavam não pela fama, nem pelo dinheiro, mas sim pelo prazer de jogar futebol, eram assim os jogadores naquela altura.
Nas conversas que tive com pessoas do Belenenses, mais velhas e sábias, diziam-me que o Belém era o clube da “moda” e das “elites”, todos conheciam um sítio – as Salésias, palco que outrora era um muro para as outras equipas. O Belém recorde-se ainda tem o recorde de menos golos sofridos em casa numa época – 1.
Mas porquê falar destes jogadores? Porquê relembrar este passado de glórias? Quando vejo um resultado menos positivo do nosso Belém, lembro-mo destas histórias, e assim fico melhor ao saber que o clube tem identidade e êxitos, ao relembrar estas magníficas histórias, porque infelizmente não as vivi.
Hoje em dia o clube atravessa uma crise económica muito por culpa de nas épocas áureas do nosso Belém não haver os prémios inerentes à respectiva participação europeia (nota que hoje em dia só na Liga dos Campeões os clubes recebem mais de 5 milhões de euros, o nosso orçamento para esta época).
O que interessa hoje em dia é estar bem financeiramente, fazer face às despesas correntes, esquecendo por vezes a identidade clubística e os próprios jogadores.
O passado e o presente são diferentes. Agora não há ambição, o estádio não enche, o futebol por vezes desencanta e o clube mergulha numa crise económica. É triste por vezes ver o Restelo quase "deserto".
Muitos jogadores chegam e não fazem história, são mais “uns” que passam pelo nosso Belém. O último grande jogador que passou pelo Belenenses foi sem dúvida, Mladenov que remonta a uns longínquos anos de 1989. É muitos anos sem ter um grande jogador e uma grande equipa, ou melhor por vezes a equipa é construída só que no ano a seguir fica toda “desmontada” face ao desnível económico do clube. Por causa da crise económica o Belenenses não consegue lutar por um lugar no pódio, que outrora era quase sempre onde ficava.
O presente ainda está algo tenebroso e incógnito. Mas o passado prevalece sempre na memória. E muito nos podemos orgulhar da magia de Di Pace, da irreverência de Matateu e da sua veia goleadora, da vontade de Feliciano em permanecer no Belém, no talento de Pepe, nas fintas de Artur Quaresma e Mariano Amaro e acima de tudo devemos orgulhar-nos pelos momentos de glória do nosso clube.
Um Homem nasce, vive e morre Belenenses.
Saudações Azuis
Nuno Valentim
Pensei no final e lembrei-me daquele Belenenses que derrotou o Porto no antigo estádio das Antas com Marinho Peres, em que Zé Afonso brilhou. Ganhámos esse jogo por 2 a 1. Veio-me à memória também um Belenenses a jogar futebol espectacular e a vencer por 3 a 0, o Porto, com o mesmo treinador ao leme. Nesses dois jogos a equipa esteve sempre coesa, mas tinha sempre um aspecto fundamental, a ambição e o chamado "futebol bonito” (com a técnica de Verona e a qualidade de jogo de Neca).
De facto, existe uma dicotomia entre o passado e o presente.
O passado do Belenenses é rico em emoções, basta recordar aquele episódio do campeonato perdido no ultimo minuto com o Sporting, já na era Matateu.
O passado, traz-nos memórias de um clube com vários êxitos, em que se destacavam nomes como – Pepe, César de Matos, Artur José Pereira, Augusto Silva, Artur Quaresma, Matateu, Vicente, entre muitos outros.
O ponto alto é sem dúvida o campeonato conquistado em 1945, com muito esforço e dedicação, mas sempre com uma ambição sem limites. Pontificaram as Torres de Belém (Capela, Vasco e Feliciano), que eram sinónimo de amor ao clube, pois jogavam não pela fama, nem pelo dinheiro, mas sim pelo prazer de jogar futebol, eram assim os jogadores naquela altura.
Nas conversas que tive com pessoas do Belenenses, mais velhas e sábias, diziam-me que o Belém era o clube da “moda” e das “elites”, todos conheciam um sítio – as Salésias, palco que outrora era um muro para as outras equipas. O Belém recorde-se ainda tem o recorde de menos golos sofridos em casa numa época – 1.
Mas porquê falar destes jogadores? Porquê relembrar este passado de glórias? Quando vejo um resultado menos positivo do nosso Belém, lembro-mo destas histórias, e assim fico melhor ao saber que o clube tem identidade e êxitos, ao relembrar estas magníficas histórias, porque infelizmente não as vivi.
Hoje em dia o clube atravessa uma crise económica muito por culpa de nas épocas áureas do nosso Belém não haver os prémios inerentes à respectiva participação europeia (nota que hoje em dia só na Liga dos Campeões os clubes recebem mais de 5 milhões de euros, o nosso orçamento para esta época).
O que interessa hoje em dia é estar bem financeiramente, fazer face às despesas correntes, esquecendo por vezes a identidade clubística e os próprios jogadores.
O passado e o presente são diferentes. Agora não há ambição, o estádio não enche, o futebol por vezes desencanta e o clube mergulha numa crise económica. É triste por vezes ver o Restelo quase "deserto".
Muitos jogadores chegam e não fazem história, são mais “uns” que passam pelo nosso Belém. O último grande jogador que passou pelo Belenenses foi sem dúvida, Mladenov que remonta a uns longínquos anos de 1989. É muitos anos sem ter um grande jogador e uma grande equipa, ou melhor por vezes a equipa é construída só que no ano a seguir fica toda “desmontada” face ao desnível económico do clube. Por causa da crise económica o Belenenses não consegue lutar por um lugar no pódio, que outrora era quase sempre onde ficava.
O presente ainda está algo tenebroso e incógnito. Mas o passado prevalece sempre na memória. E muito nos podemos orgulhar da magia de Di Pace, da irreverência de Matateu e da sua veia goleadora, da vontade de Feliciano em permanecer no Belém, no talento de Pepe, nas fintas de Artur Quaresma e Mariano Amaro e acima de tudo devemos orgulhar-nos pelos momentos de glória do nosso clube.
Um Homem nasce, vive e morre Belenenses.
Saudações Azuis
Nuno Valentim
Sem comentários:
Enviar um comentário