Após algumas semanas e algumas conferências de imprensa muito se disse e escreveu a propósito das dificuldades sentidas pelo andebol no entanto poucos factos temos da situação real da modalidade.
Para melhor compreender o problema e por forma a ajudar à sua resolução é fundamental distinguir os factos da ficção e para isso a transparência é absolutamente necessária. Sem pretender fazer juízos de valor sobre a presente direcção e compreendendo que algumas informações não deverão ser do domínio publico, a direcção não contribuiu para a clarificação da situação.
Factos:
1. Existem ordenados em atraso;
2. O treinador descontente falou à comunicação social;
3. Em resultado do facto anterior foi instaurado um processo disciplinar ao treinador;
4. O processo disciplinar foi levantado ao treinador, sendo este reconduzido às suas funções;
5. A direcção admite a existência de problemas orçamentais;
6. O vice-presidente responsável pela modalidade foi destituído das suas responsabilidades.
Tudo o resto que foi discutido não foi nem confirmado nem tão pouco negado pela direcção. Não me entendam mal, porque não estou a afirmar que não sejam verdade ou mentira – o que afirmo é que é importante averiguar da sua veracidade sob pena de uma modalidade que demonstra uma grande vitalidade se extinguir.
Suspeitas:
1. O orçamento da modalidade para a época 2007/2008 era de 200 mil euros sendo os custos reais de 500 mil euros;
2. Apesar das boas assistências nos jogos (3380 adeptos em 5 jogos, uma média de 676 adeptos por jogo) apenas 60-70 paguem bilhete;
Estas suspeitas em conjunto com a falta de sugestões e a pouca vontade de comunicar da direcção deixam-me particularmente bastante incomodado e preocupado com a situação futura. Em minha opinião é legítimo o clube pedir a colaboração aos sócios mas, sem duvida nenhuma, esta deverá ser compensada com transparência. Como tal, deixo um conjunto de questões que necessitam de resposta.
Questões:
1. De quem é a responsabilidade do descontrolo completo de orçamento (150%)?
2. De quem é a responsabilidade de apenas 10% dos adeptos serem pagantes? São atribuídos demasiados convites? Não é efectuado o controlo de entradas?
3. Que garantias foram dadas ao treinador para que este voltasse ao cargo?
4. Porque é que a situação é encarada de forma mais positiva agora do que então?
O que mudou que permita terminar a época com a mesma estrutura?
Apesar de considerar que a caça às bruxas não é um acto de gestão, considero importante perceber o que aconteceu para que se possa evitar reincidências. Gostaria ainda de louvar a iniciativa de alguns sócios de criar o Grupo de Amigos do Andebol e de mostrar o meu apoio público às medidas que preconizam. Só uma dúvida me assalta, qual a capacidade deste grupo de impor as medidas à direcção e estará a direcção a demitir-se das suas funções e a declarar-se incapaz para lidar com o problema no momento em que apoia a criação deste grupo.
Aceitem este desabafo de quem se encontra verdadeiramente preocupado com a situação e que pensa que, de facto, temos um lugar importante no panorama do andebol nacional e ser Belenense é um privilégio que só alguns têm.
Um abraço
João Oliveira Diniz
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