sexta-feira, junho 03, 2005

Destroçado

Luciano Rodrigues

Eu estive no Estádio do Jamor naquela final. Estava junto às escadas de acesso à Tribuna de Honra, por onde José António subiu para ir buscar a Taça. E, enquanto descia com o nosso último troféu, primeiro da minha vida, estiquei o braço e toquei-lhe. Fiquei eufórico. Diga-se que na altura poucos jogadores do Belenenses eu conhecia, e o José António era um deles. A partir desse dia, o José António tornou-se um ícone azul, pelo menos na perspectiva de um miúdo com 7 anos.

Nos últimos tempos tinha vindo a ter o privilégio de o conhecer, imaginam lá o orgulho que isso me dava. Cada vez que estendia a mão para o cumprimentar, não conseguia deixar de pensar no Zé a descer as escadas com a Taça na mão. Com ele, havia sempre um cumprimento, uma palavra, um sorriso, um piscar de olho. Nunca disse ao José António aquilo que ele significa para mim enquanto símbolo do Belenenses. E quis o destino que nunca lho possa vir a dizer.

O nosso Zé perdeu a vida, mas o nosso respeito e admiração perdurarão. Assim saiba o clube não olvidar este símbolo.

Um grande abraço Zé! Azul, como nós!



(substituir pela parte que so aparece na segunda pagina)

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