Mangiaratti e Sandro deixaram o Belenenses, mas quer um, quer o outro, acabam por deixar boa impressão, apesar de Mangiarrati não ter feito sequer uma mão cheia de jogos e Sandro nem se ter estreado a nível oficial. Ambos foram profissionais de corpo inteiro e respeitaram, e respeitam, o emblema azul que serviram durante alguns meses.
Sandro, de contratação sonante da pré-temporada, rapidamente passou a não convocado, fruto da ascensão de um jovem de apenas 19 anos chamado Rolando, que apesar de erros próprios da idade é um dos jogadores mais promissores da Superliga. Ficaram assim por provar as qualidades que levaram Sandro a jogar tantos anos ao mais alto nível no Brasil, chegando mesmo a capitão do histórico Botafogo.
Mangiaratti carregou durante meses a esperança dos adeptos azuis de que fosse capaz de potenciar as qualidades que evidenciou aquando da sua chegada. De facto, à primeira vista, parecia não ser um central do outro mundo, mas que podia perfeitamente ser jogador para agarrar o lugar. As sucessivas lesões obrigaram, no entanto, ao apagamento do Suíço, e a verdade é que os adeptos azuis nunca chegaram a poder comprovar o seu real valor.
No primeiro jogo da pré-época, diante do Olhanense, em Santiago do Cacém, pude ver em acção uma dupla de centrais composta por estes jogadores recentemente dispensados. E foi para mim evidente, a partir desse dia, que Rolando tinha todas as condições para ser titularíssimo do Belenenses. De facto, após na primeira parte terem jogado de forma imperial Rolando e Pele, ao intervalo entraram Mangiaratti e Sandro, e a 2ª parte foi uma tremideira permanente, com o Olhanense a marcar 2 golos. No entanto, havia que dar, obviamente, o desconto de ser uma dupla composta por dois estrangeiros, um deles acabado de chegar e outro a regressar após paragem prolongada. Não mais pude ver os 2 jogadores em acção, mas se de Mangiaratti, a nível individual, vi nesse jogo a entrega do costume, a Sandro foi detectada uma boa capacidade para sair a jogar e um passe longo preciso. Mas ficámos por aí…
Importa agora analisar o plantel e as alterações que estas saídas implicam. Para já, contamos com Rolando, Wilson, Gonçalo Brandão e Pele, sendo que este último me parece que “tem” de jogar no meio-campo defensivo, não por falta de qualidade a central (onde é imponente e para mim um dos melhores centrais da Superliga), mas por falta de soluções no plantel para o meio-campo defensivo. Assim sendo, ficamos com 3 centrais disponíveis, pelo que me parece importante a contratação de, pelo menos, mais um defesa-central. Ou então, um trinco de qualidade que possa fazer com que Pele recue novamente para central. De facto, apesar de ter sido por vezes bastante criticada esta dupla de centrais, nunca me pareceu que o problema dos golos sofridos estivesse na sua prestação. Para mim, facto evidente desde o início da época, as poucas falhas que manifestaram deviam-se maioritariamente à falta de apoio a meio-campo (os adversários aparecem N vezes por jogo com 2 médios completamente soltos à frente dos nossos dois centrais, bastando para tal fazerem um 2 para 1 com o Andersson, e passando por ele é “fartar vilanagem” por ali fora) e ao problema que fomos tendo com o lado esquerdo da defesa.
Fala-se também, na imprensa, que há interesse num avançado. Não me cansei de repetir na pré-época que era disparate dispensar o Ceará, apesar das suas limitações. Isto porque era o único verdadeiro ponta-de-lança de que dispúnhamos, e dispensá-lo é quase o mesmo que dispensar o único guarda-redes do plantel porque ele é fraco… ouvi falar num internacional comunitário que é seguido pelo Belenenses. Será Anastasiou, o avançado grego que em Janeiro dizia a SAD que tinha tudo acertado (uns dias depois, como o empresário não telefonava, não sabiam como estava a situação) e apareceu a jogar (e marcar) 2 semanas depois no Ajax? Após ter marcado meia dúzia de golos na 2ª metade da época passada, parece que este ano está com vida difícil, pelo que gostava de o ver no Restelo…
Mas acho que se está a trabalhar no Restelo. As renovações que foram encetadas desde o início da temporada, a recente renovação com Carvalhal (independentemente de achar isto ou aquilo do treinador, acho importantíssimo saber aquilo com que contamos, para não chegar um “para-quedista” no início da época, dispensar meio plantel, porque tem um projecto para colocar o Belenenses na rota do êxito e o trabalho já feito não lhe dá garantias) e os elogios, vindos dos mais diversos quadrantes, às qualidades de Rui Casaca, deixam-me esperançado para o futuro. Espero não me enganar.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário