Apesar de oficialmente a temporada azul ter começado na Segunda-Feira, é amanhã, com o início do estágio, que esta efectivamente começa. Nota positiva para o facto de irmos para estágio praticamente com o plantel fechado e sem que haja qualquer dúvida em termos de permanências (excepto num caso excepcional), o que é extremamente importante nos dias que correm, em que muitas vezes todo um trabalho de pré-época é feito em função de jogadores específicos com que a equipa conta e que muitas vezes são transferidos no último momento, deitando por terra toda uma planificação da temporada em termos tácticos.
Das contratações efectuadas e praticamente fechadas, nota positiva para a contratação de China, um dos melhores laterais-esquerdos portugueses, "perdido" na Naval. Quanto às restantes contratações, destaque-se Sérgio Organista, não tanto pelo que já mostrou, mas pelo potencial que encerra (ou encerrou em tempos). Depois, a enorme quantidade de brasileiros contratada, presumo que com o aval de Casimiro Mior, e portanto com o mínimo de garantias, acaba sempre por ser uma incógnita. Não sendo algo em desfavor, são todos eles jogadores de 2ª e 3ª linha, nalguns dos casos jogadores que tipicamente vêm para Portugal à experiência, que vão necessariamente passar por um período de adaptação e cujas qualidades podem, como tantas vezes acontece, não vir ao de cima.
Se na baliza, Júlio César e Costinha são o garante de uma época tranquila, já na defesa parece-me residir o grande ponto de interrogação do plantel. Devo dizer que sou um adepto de que uma equipa se constrói de trás para a frente, e sinceramente prefiro ganhar 1-0 do que 5-4. Nas laterais, Cândido Costa e China parecem ter lugar seguro, sendo que o eixo defensivo, verdadeiro baluarte de um onze, é algo ainda indefinido, com os Brasileiros contratados a terem de se apressar na ambientação ao maior ritmo e intensidade física europeus, ao mesmo tempo que limam arestas tácticas que falham normalmente em jogadores sul-americanos. Aqui julgo que deveria ter sido contratado um central com experiência de 1ª Liga, por muito "banal" que fosse. Desenrascava, pelo menos enquanto os outros ganhavam calo.
No meio-campo, os adeptos Belenenses parecem estar descansados. A manutenção de Gavilán, Zé Pedro e Silas é claramente a garantia de um meio-campo de qualidade, dos melhores da Superliga. No entanto, todas as alternativas são incógnitas, o que pode ser preocupante em caso de lesões.
Na frente de ataque, Roncatto pela sua enorme inteligência táctica deverá ter lugar cativo, sendo que João Paulo Oliveira, fruto da ambientação à Europa e boa recta final da época anterior, está em boa posição. Interessante será ver o que sucede com Evandro Paulista, que mostrou enorme potencial mas passou ao lado da temporada anterior, com lesões constantes, e também Mendonça, que com Casimiro Mior deverá ter mais oportunidades do que com Jesus, fruto da maior liberdade táctica que o Brasileiro dá aos seus jogadores. Os outros, vamos ver o que mostram.
Por último, Casimiro Mior: levou o Nacional ao 4º lugar com mérito, mas também com um orçamento milionário pago por todos nós, e Brasileiros contratados ao Cruzeiro e afins. Não propriamente nas divisões de base brasileiras, como está a acontecer no Restelo. É um treinador que priveligia o futebol ofensivo, sem grandes amarras tácticas, o que pode ser sinal que se as coisas correrem bem o Belém jogará um futebol agradável para as bancadas. Realce também para o bom relacionamento que por norma tem com os jogadores.
Sob o sol algarvio e ao ritmo do samba, o Belém parte assim para a temporada 2008/09. Como sempre, movidos pelo sonho e pela ilusão!
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