terça-feira, julho 28, 2009

Empréstimos: ainda há espaço para fundamentalismos…?

Blog do Belenenses: Diogo M
Sobre este tema já se disse e escreveu quase tudo e ao mesmo tempo quase nada. Mantenho a mesma opinião de sempre e que tem como princípio geral o seguinte: jogadores emprestados são, num mundo ideal porém fantasioso, indesejáveis mas, no mundo real, podem ser inevitáveis. Tenho consciência de que esta é uma discussão estéril, na medida em que, em última instância, quem decide sobre esta matéria são as pessoas que foram democraticamente eleitas para esse fim. Mas, sinceramente, estou a ficar cansado de continuar a ler comentários, artigos de opinião e piadas sobre empréstimos…talvez também, e desculpem-me a falta de paciência, porque estou cansado de tudo isto e do que o futuro mais próximo provavelmente nos reserva. Penso que este é o único sentimento que me une aos fundamentalistas dos empréstimos…e já não é pouco.

Ora, um dos primeiros argumentos que se esgrimem a desfavor dos empréstimos é a suprema honra do clube que com os mesmos fica alegada e infinitamente ofendida. Diz-se que os nossos fundadores ficariam extremamente desagradados e maldispostos caso voltassem a este mundo e constatassem que tínhamos solicitado a cedência ocasional de alguns jogadores dos nossos “arqui-inimigos” (lisboetas, sobretudo). Estaríamos, no fundo, a ”baixar as calças”. Bom…primeiro, a manutenção da pretensão ainda rivalizarmos com Benfica, Sporting ou Porto, seja a que nível for, está a cada dia que passa mais obsoleta. Ainda ninguém percebeu isso?? Depois, parece-me evidente que aquilo que os nossos fundadores certamente não queriam era, isso sim, aperceberem-se que o clube que idealizaram e com elevada honra construíram estava, como está, num patamar de competitividade e credibilidade nunca antes imaginado e numa corrida louca para o abismo e para a sua própria extinção.

Perguntam-me: ter jogadores emprestados é a solução para aqueles males e desvia-nos do caminho para o abismo? Claro que não! Agora, meus amigos, isto chegou a um estado de descrença e dificuldade em dar a volta por cima tais que eu cada vez compreendo menos estas posições de força e a instabilidade e o burburinho que se criam em redor das mesmas. Há uns tempos atrás tentei perceber essas razões, hoje não consigo mais.

Não depois da época miserável e verdadeiramente angustiante por que acabámos de passar. Estou cansado demais e mantermos posições de força só desgasta mais este clube que é nosso. Para mim, há algo que é evidente em tudo isto: ninguém, se tiver uma alternativa igual ou melhor, quer empréstimos. Ninguém é a favor de um plantel com muitos ou só com jogadores emprestados. Aquilo que alguns têm é tolerância a empréstimos, sobretudo se virem o futebol (a mola real do clube como alguns lhe chamam) a definhar lentamente. Estamos a cair e não é por termos emprestados. Aliás, há muito que não os temos. É pela falta de resultados. E isso, associado à falta de vontade e de capacidade de quem nos dirige, arrasta tudo atrás e é, e pode ser-nos, letal.

Por fim, lembro-me que uma das principais bandeiras daquele senhor que era presidente do nosso clube no princípio da época passada tinha era o fim de todo e qualquer empréstimo e do “abaixamento” de calças aos 3 do costume. Agora pergunto eu: valeu a pena?

Respondam-me vocês…

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