O fim-de-semana passou, e com ele o sonho de voltar este ano ao Jamor esfumou-se nas grandes penalidades, após mais um jogo para esquecer da nossa equipa profissional de futebol.
Eu, que sou um dos estóicos resistentes que teimam em aparecer no cada vez mais despido Estádio do Restelo, saí obviamente desapontado com o resultado final, mas muito mais preocupado saí do Restelo no passado 3 de Dezembro, aquando da realização da AG.
Nas últimas eleições votei Cabral Ferreira, por achar que estariam reunidas as condições para alcandorar o Clube a outros patamares, embalado por uma época excelente face aos anos anteriores, e pelo “Verão quente do caso Mateus”. Para além do mais, a oposição não me inspirava confiança, daí o meu voto de confiança nesta Direcção.
A partir de 3 de Dezembro, deixei de ter dúvidas. O clube, no estado actual, não tem rei nem roque. A minha estima pessoal por Cabral Ferreira, e o conhecimento do estado de saúde do nosso Presidente, não me impedem de dizer que a Direcção simplesmente não “existe” e não respeita o que é mais sagrado no CFB: os Sócios, que são a mola impulsionadora e o pulsar do Clube; a partir do momento em que se cria um vácuo, um silêncio ensurdecedor em plena AG, tenho de me sentir triste, porque é inadmissível tal postura em quem manda nos destinos do CFB.
A última coisa que quero é uma Direcção autista, déspota e incapaz de ouvir a voz da razão. O orçamento (mal) apresentado e a incapacidade demonstrada para discuti-lo ou defendê-lo assustaram-me muito, tal como decerto assustaram cerca de 2/3 dos presentes (aqueles que votaram contra a proposta apresentada).
No fim da AG senti que temos uma Direcção cada vez mais debilitada, mas ao mesmo tempo continuo a ver uma oposição amorfa, sem a qualidade nem força que considero necessárias para o que todos pretendemos. Tempos demasiado conturbados avizinham-se, e temo muito pelo futuro próximo do CFB.
Infelizmente não tenho uma varinha de condão, nem consigo discernir no horizonte a tal solução milagrosa, que poderia eventualmente passar por uma solução de compromisso das várias facções existentes, como se de uma Junta de Salvação Nacional se tratasse.
A última coisa que queria era ver o Presidente Cabral Ferreira, que foi “agredido” de forma ignóbil na AG, saísse empurrado por uma AGE, organizada após a recolha de assinaturas. Por isso, Presidente Cabral Ferreira, lhe peço humildemente que pese bem os prós e contras na vertente clubista e pessoal, e que procure o caminho que achar melhor, não se esquecendo que a voz dos sócios, sejam eles poucos ou muitos, conta e é fulcral para o sucesso/insucesso de quem dirige, e neste momento, parece-me claro que há muito descontentamento com a Gestão corrente do Clube e o que o futuro reserva.
Está nas suas mãos, Presidente Cabral Ferreira, muito do que pode ser feito e reconhecer os nossos erros também é uma virtude: pareceu-me sentir isso da sua parte na declaração emocionada com que discursou na parte final da AG; como tal, ainda vai a tempo de ajudar e de se ajudar a si mesmo na busca de um Belenenses mais forte, o Belenenses que todos os sócios e simpatizantes desejam.
O futuro do Clube de Futebol “Os Belenenses” está aqui mesmo ao “lado”: pintemo-lo de azul do céu e não de negro…
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