Entrevista de Fátima Mariano publicado no Jornal de Noticias em 25.12.2007
HOJE O JOGADOR É MAIS VERSÁTIL
"Em Janeiro decido se fico ou se saio do Belenenses"
Começou por jogar hóquei, aos sete anos, no Benfica, mas a paixão pelo futebol foi mais forte. Rúben Filipe Marques Amorim, 22 anos, é uma das estrelas em ascensão do futebol nacional. Depois da Luz, passou pelo CAC Pontinha e pelo Corroios, até que, há seis anos, se fixou no Belenenses. Um lugar que conquistou com "muito sacrifício". Mas garante que não ficará por aqui.
Com apenas 22 anos, o médio do Belenenses Rúben Amorim tem já um percurso invejável no futebol. Chegou ao Restelo com 16 anos e nunca mais parou. Diz sentir-se em casa no Belenenses, mas não esconde que quer voar mais alto. Em final de contrato, afirma que tem tudo pensado quanto ao seu futuro imediato. Mas recusa-se a revelar o jogo. Por enquanto.
JN: Assinou o primeiro contrato com o Belenenses aos 16 anos. Menos de três anos depois, estava na equipa principal. Que balanço faz deste início de carreira?
Rúben Amorim: Houve momentos muito difíceis, não vou escondê-lo, apesar de só ter 22 anos e já um longo percurso. Isto não é um mar de rosas como algumas pessoas pensam. A minha chegada à equipa principal poderia ter sido mais rápida, até porque comecei muito cedo. Mas tive lesões que atrasaram a minha afirmação.
Apesar dessas contrariedades seguiu sempre em frente. Não é pessoa de desistir?
Nunca fui porque sempre tive pessoas que acreditaram em mim. Eu próprio sempre acreditei muito no meu valor e tenho muita força.
Outros jovens provavelmente desistiriam. Não acha que há muito deslumbramento à volta do mundo do futebol?
É verdade, mas isso é normal. Eu próprio senti muito isso. Com 18 anos joguei a titular contra o Benfica. As coisas correrram bem e houve uma grande mediatização. Nessa altura, pensei que iria ser tudo muito fácil e deixei-me andar. Até que passei por essa fase complicada, problemas de assinar contratos, renovações... Com 22 anos já vivi muitas coisas no Belenenses. Nós vivemos muito aqui, no clube.
São quase como uma família. Reservam até um dia por semana para almoçarem juntos, equipa técnica incluída.
Normalmente, é quando treinamos de manhã e à tarde. Penso que a ideia do mister Jesus é que reforcemos os laços. Eu acho bem.
Já demonstrou ser uma pessoa determinada, com ideias muito definidas sobre o que quer. Quais são os seus planos em termos profissionais?
Gosto muito do Belenenses, mas sei que um dia vou jogar noutro clube. Se é em Portugal ou no estrangeiro, não sei. Sei que quero chegar ao estrangeiro, não só pelo futebol, mas para poder conhecer outras culturas e experimentar outros modos de vida.
Há algum país/campeonato que o atraíam mais?
Há os chamados três grandes Inglaterra, Espanha e Itália. São campeonatos que eu gostava de experimentar. No final da carreira, se tiver sorte e for um jogador conhecido, gostava de viver dois anos nos Estados Unidos. Não tanto pelo futebol, mas pelo país em si.
O seu contrato com o Belenenses termina no final da época. A partir de Janeiro, pode assinar contrato com outro clube, se assim o entender.
Neste momento, não posso adiantar muito sobre esse assunto. Sei que há clubes que falam com o meu empresário. O que posso dizer é que quero que em Janeiro tudo fique definido.
Mas é garantido que não renova com o Belenenses?
Não, não. Em Janeiro decido se fico ou se saio. Mas não vou mentir tenho já mais ou menos ideia do que vou fazer.
Que análise faz do actual estado do futebol português?
Portugal passa por uma fase complicada. O Sindicato dos Jogadores tem feito um bom trabalho, mas os clubes passam por grandes dificuldades, reflectindo um pouco a situação financeira do país. Temos que ter consciência disso.
Quais as consequências dessas dificuldades?
Cada vez mais, perdemos jogadores para clubes estrangeiros. E nem sequer é para grandes clubes, é para clubes pequenos. As diferenças são brutais, quer em termos de apoios, de infra-estruturas, de ordenados, de adeptos nas bancadas... Sei disso porque tenho colegas a jogarem no estrangeiro. Mesmo clubes portugueses de nomeada têm dificuldade em trazer esses jogadores de volta.
Há também cada vez mais jogadores a apostarem noutras áreas, como a publicidade e a moda. A que se deve isso?
Acho normal que isso aconteça. O jogador, hoje em dia, é muito mais versátil. Além disso, a vida de jogador é curta e temos que assegurar o nosso futuro. Se temos uma oportunidade noutra área, por que não aproveitá-la?
HOJE O JOGADOR É MAIS VERSÁTIL
"Em Janeiro decido se fico ou se saio do Belenenses"
Começou por jogar hóquei, aos sete anos, no Benfica, mas a paixão pelo futebol foi mais forte. Rúben Filipe Marques Amorim, 22 anos, é uma das estrelas em ascensão do futebol nacional. Depois da Luz, passou pelo CAC Pontinha e pelo Corroios, até que, há seis anos, se fixou no Belenenses. Um lugar que conquistou com "muito sacrifício". Mas garante que não ficará por aqui.
Com apenas 22 anos, o médio do Belenenses Rúben Amorim tem já um percurso invejável no futebol. Chegou ao Restelo com 16 anos e nunca mais parou. Diz sentir-se em casa no Belenenses, mas não esconde que quer voar mais alto. Em final de contrato, afirma que tem tudo pensado quanto ao seu futuro imediato. Mas recusa-se a revelar o jogo. Por enquanto.
JN: Assinou o primeiro contrato com o Belenenses aos 16 anos. Menos de três anos depois, estava na equipa principal. Que balanço faz deste início de carreira?
Rúben Amorim: Houve momentos muito difíceis, não vou escondê-lo, apesar de só ter 22 anos e já um longo percurso. Isto não é um mar de rosas como algumas pessoas pensam. A minha chegada à equipa principal poderia ter sido mais rápida, até porque comecei muito cedo. Mas tive lesões que atrasaram a minha afirmação.
Apesar dessas contrariedades seguiu sempre em frente. Não é pessoa de desistir?
Nunca fui porque sempre tive pessoas que acreditaram em mim. Eu próprio sempre acreditei muito no meu valor e tenho muita força.
Outros jovens provavelmente desistiriam. Não acha que há muito deslumbramento à volta do mundo do futebol?
É verdade, mas isso é normal. Eu próprio senti muito isso. Com 18 anos joguei a titular contra o Benfica. As coisas correrram bem e houve uma grande mediatização. Nessa altura, pensei que iria ser tudo muito fácil e deixei-me andar. Até que passei por essa fase complicada, problemas de assinar contratos, renovações... Com 22 anos já vivi muitas coisas no Belenenses. Nós vivemos muito aqui, no clube.
São quase como uma família. Reservam até um dia por semana para almoçarem juntos, equipa técnica incluída.
Normalmente, é quando treinamos de manhã e à tarde. Penso que a ideia do mister Jesus é que reforcemos os laços. Eu acho bem.
Já demonstrou ser uma pessoa determinada, com ideias muito definidas sobre o que quer. Quais são os seus planos em termos profissionais?
Gosto muito do Belenenses, mas sei que um dia vou jogar noutro clube. Se é em Portugal ou no estrangeiro, não sei. Sei que quero chegar ao estrangeiro, não só pelo futebol, mas para poder conhecer outras culturas e experimentar outros modos de vida.
Há algum país/campeonato que o atraíam mais?
Há os chamados três grandes Inglaterra, Espanha e Itália. São campeonatos que eu gostava de experimentar. No final da carreira, se tiver sorte e for um jogador conhecido, gostava de viver dois anos nos Estados Unidos. Não tanto pelo futebol, mas pelo país em si.
O seu contrato com o Belenenses termina no final da época. A partir de Janeiro, pode assinar contrato com outro clube, se assim o entender.
Neste momento, não posso adiantar muito sobre esse assunto. Sei que há clubes que falam com o meu empresário. O que posso dizer é que quero que em Janeiro tudo fique definido.
Mas é garantido que não renova com o Belenenses?
Não, não. Em Janeiro decido se fico ou se saio. Mas não vou mentir tenho já mais ou menos ideia do que vou fazer.
Que análise faz do actual estado do futebol português?
Portugal passa por uma fase complicada. O Sindicato dos Jogadores tem feito um bom trabalho, mas os clubes passam por grandes dificuldades, reflectindo um pouco a situação financeira do país. Temos que ter consciência disso.
Quais as consequências dessas dificuldades?
Cada vez mais, perdemos jogadores para clubes estrangeiros. E nem sequer é para grandes clubes, é para clubes pequenos. As diferenças são brutais, quer em termos de apoios, de infra-estruturas, de ordenados, de adeptos nas bancadas... Sei disso porque tenho colegas a jogarem no estrangeiro. Mesmo clubes portugueses de nomeada têm dificuldade em trazer esses jogadores de volta.
Há também cada vez mais jogadores a apostarem noutras áreas, como a publicidade e a moda. A que se deve isso?
Acho normal que isso aconteça. O jogador, hoje em dia, é muito mais versátil. Além disso, a vida de jogador é curta e temos que assegurar o nosso futuro. Se temos uma oportunidade noutra área, por que não aproveitá-la?
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