Costinha (2)- Naquela que tem sido, em meu entender, a sua melhor época desde que me lembro de Costinha a defender as balizas de vários clubes, não se pode dizer que aquele que se posiciona cada vez mais como o titular desta época tenha tido a melhor das noites. Sofreu dois golos, o que nunca abona muito a um jogador que joga na sua posição. O primeiro devido a uma falha de um colega. Já no golo de livre directo dá ideia de que poderia ter feito melhor. Nota (2) porque já tem feito e sabe fazer melhor.
Amaral (3) – Jogou o seu primeiro jogo a titular e durante 90 minutos. Transmitiu bastante segurança ao sector mais recuado da equipa do Restelo. Tinha a difícil missão de impedir as incursões do polaco Grezlak e foi eficaz nessa missão. Nenhum Belenense esteve a pensar na falta que Cândido Costa fez neste jogo, o que demonstra que, apesar de não ser tão afoito como o extremo agora lateral, esteve bem nas suas funções. Dá garantias para o caso de Jorge Jesus voltar a querer lançar Cândido Costa como solução para o meio-campo azul.
Rolando (3) - O jovem central belenense não comprometeu e nota-se um crescente entrosamento com o outro colega de posição. Se não “inventasse” em alguns jogos seria um jogar bem mais valioso já que reúne as condições ideais para um jogador na sua posição.
Hugo Alcântara (3) – Qual Júlio César “chegou, viu e venceu”. Entrou na equipa de caras e percebe-se bem porquê – transmite grande segurança à defesa, sendo o patrão da mesma. Conjuntamente com Rolando formou um eixo central da defesa bastante sólido, apesar do Boavista ter tido algumas oportunidades.
Rodrigo Alvim (3) – Bom jogo mesmo não tendo ainda atingido os níveis da época passada. Tinha como missão tapar Edgar, “El Gordito” como era conhecido em Málaga, e posteriormente Zé Kalanga. Curiosamente a jogada que originaria o primeiro golo sai de uma atrapalhação que criou e que, ao lançar o contra-ataque, originaria a grande penalidade. Ainda na primeira parte teve uma boa ocasião na área axadrezada em que, apesar de tocado, podia ter optado pelo remate ao invés de esperar por novo castigo máximo.
Gavilán (4) – É um trinco - um verdadeiro trinco! Está lá para impedir os ataques dos adversários e muitas vezes com processos simples consegue afastar o perigo adversário. Demonstra estar a evoluir na sua ambientação ao futebol europeu, mais rápido que o sul-americano. Com a marcação cerrada a Rúben Amorim teve mais espaço para gerir a bola no pé e fê-lo quase sempre bem, exceptuando na falha que originaria o segundo golo do Boavista. Nota (4) e não (3) devido ao golo de belo efeito, remate de primeira à passagem do minuto 70. A sua entrada no onze dá mais consistência ao meio-campo libertando Ruben Amorim.
Ruben Amorim (3) – Vem sendo em meu entender o melhor jogador do Belenenses neste início de época. Ontem o jovem centro-campista formado nas escolas do Restelo jogou um pouco mais avançado e sofreu forte marcação da equipa adversária. Essa menor liberdade, aliada à sobrecarga de jogos nas pernas nas últimas semanas, levou a que desta feita não se tenha destacado, apesar de ter cumprido. A sua raça e querer permitiriam o quarto golo azul ao minuto 90, quando uma sua insistência originou um ressalto aproveitado para fechar o marcador em 2-4.
Zé Pedro (5) – Anda “de mãos dadas” com Silas. Ao primeiro jogo em que ambos jogam realmente bem o Belenenses “abre o livro” e marca 4 golos, todos marcados por médios, vencendo num terreno difícil. Combinou bem com os colegas de meio-campo e de ataque. Cortou uma bola perigosíssima já área azul, comprovando o que vem sendo notado - que melhorou esta época no trabalho defensivo. Marcou os seus 2 primeiros golos da época – o primeiro de grande penalidade e o segundo um golo de confiança ao cair do pano.
Silas (5) – Melhor jogador em campo. Que grande jogo fez ontem à noite o capitão azul! Tal como Zé Pedro está em crescendo de forma. Jogou, deu a jogar e marcou um grande golo de primeira no início do segundo tempo.
Weldon (3) – É um jogador desequilibrador e, em meu entender, mais completo que João Paulo Oliveira e Evandro Paulista … mas um Ponta de lança tem que marcar! Teve duas óptimas oportunidades para o fazer e em ambas não concretizou. Conta já com largas centenas de minutos neste Campeonato e ainda não fez o gosto ao pé … nem aos adeptos. Por outro lado não deixa de ser verdade que a sua velocidade desbaratou a defensiva boavisteira dando espaço para a entrada dos médios e tendo ganho a indiscutível grande penalidade que lançaria a equipa para a primeira vitória forasteira da época.
Roncatto (2) – É bom jogador. Percebe-se pelos movimentos, pelo toque de bola, mesmo pela visão de jogo, mas não o assume e falta sempre alguma coisa. Acabou por ser substituído no início da segunda parte por razões tácticas, entrando um mais recuado Fernando. É possível ter acusado algum desgaste do jogo de 5.ªF para a Taça UEFA contra o Bayern de Munique. Espera-se mais da mais sonante contratação desta época.
Fernando (2) – É um jogador que vem entrando mais na equipa esta época do que no ano passado. É rápido, forte no 1 para 1 e possuidor de forte e acertado remate. Teve uma óptima oportunidade para sentenciar o jogo em 2-4 antes do minuto 90, mas não teve calma suficiente para colocar o remate ou fazer o passe isolando o seu colega, o que fez com que recebesse forte reprimenda do treinador Jorge Jesus.
João Paulo Oliveira (-) – Esteve em campo 5 minutos com novo look, tendo entrado para substituir o capitão Silas. Entrou logo após a expulsão de Marcelão, central boavisteiro, quando Hugo Leal se preparava para o fazer.
Gonçalo Brandão (-) – Entrou ao minuto 90 para reforçar o eixo central da defesa em resposta às possíveis investida do ponta de lança Fary, a pantera senegalesa, na altura em Jaime Pacheco optava pelo chuveirinho do futebol directo.
Jorge Jesus (4) – Discutia-se antes do jogo se voltaria a apresentar um 5-3-2 mas, acertadamente em meu entender e como o resultado parece comprovar, não o fez. Entre os dois 4-4-2 possíveis optou pelo mais musculado, ao colocar no onze Gabriel Gomez – Gavilan, deixando no banco Fernando.
Triunfou na batalha táctica a Jaime Pacheco ao ganhar no meio-campo com 4 jogadores azuis contra 3 boavisteiros. Nos primeiros 20 minutos Silas andou à solta tendo o Belenenses tido duas boas oportunidades – ao contrário do que se disse o Belenenses teve o dobro das oportunidades do que os golos que fez! Jaime Pacheco corrigiu e passou a ser o panamiano a estar mais livre de marcação, não tendo acabado aí as preocupações para a equipa da cidade do Porto.
As opções de Jorge Jesus relativamente às substituições também me pareceram acertadas, apesar de ter pena de, uma vez mais, não ter visto Hugo Leal jogar.
Treinador feliz aquele que tem uma dupla Zé Pedro/Silas em "dia-sim"!
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