terça-feira, novembro 01, 2005

Nova atitude... nova derrota

L.Rodrigues

O Belenenses perdeu na noite de ontem em Braga, naquela que foi a 6ª derrota consecutiva da equipa (o que será, talvez, um record do clube pela negativa). No entanto, há que destacar uma mudança de atitude drástica da equipa, como que a sentir o toque de mudança de liderança. No entanto, e apesar do bom jogo que fizemos, o Braga é uma equipa muito sólida e justificou inteiramente a vitória. Dando-nos muitas vezes a iniciativa, nunca a situação esteve descontolada para os Arsenalistas. No final, fica a certeza que este Belenenses, com este espírito de sacrifício, ainda pode fazer umas "flores".

Continua...

O Jogo
O Belenenses apresentou-se com um 11 muito parecido com os que Carvalhal vinha a apresentar, com a maior excepção a prender-se com a titularidade de Fábio Januário (que já tinha sido titular ante o Rio Ave). No entanto, houve uma diferente disposição táctica das pedras no terreno e muito mais empenho, o que facilitou quer as tarefas defensivas, quer ofensivas. Sandro Gaúcho, por exemplo, terá feito a sua melhor exibição desde que chegou, apesar do auto-golo nos últimos instantes. E Fábio Januário, em especial na 1ª hora de jogo, aparecia por todo o lado.

Um dos aspectos mais curiosos da partida, na minha opinião, foram os resultados práticos da entrega de toda a equipa que traduzo em 2 casos:
- cerca dos 90 minutos, Pinheiro é filmado em grande plano. Ao contrário dos jogos anterires, em que aos 30 minutos está já ofegante e com nítidas dificuldades em respirar, ontem, fruto do trabalho de todo o meio-campo, Pinheiro aos 90 minutos estava cansado mas não tinha o coração na boca.
- Sandro Gaúcho, a meio-campo, parecia um jogador completamente diferente, para melhor, nomeadamente no capítulo da circulação de jogo. Pudera, pela primeira vez na época ganhava a bola no meio-campo e os restantes colegas movimentavam-se para criar linhas de passe.

Quanto ao jogo em si, num período em que estava equilibrado, o Belenenses, em mais uma falha imperdoável de Amaral (em primeiro lugar, alguém tem de lhe explicar que tem de atacar a bola e, em segundo lugar, é inconcebível ser um jogador como Amaral que está responsável por marcar o João Tomás) sofre o 1º golo e a partir daí, a história do jogo ficou escrita: se já é difícil marcar ao Braga, quanto mais com eles em vantagem. O Belenenses acreditou sempre, atacou, pela direita, esquerda e centro. Rematou de longe, da entrada da área, tentou cruzamentos. Nada surtiu efeito, à excepção de um cruzamento a que Paulo Sérgio quase dava o caminho da baliza. Terá sido a maior ocasião de golo azul.

O resultado é justo, porém talvez dilatado. A diferença de 1 golo seria mais adequada, mas atenção: face ao que se passou em campo, se o Belenenses empatásse ou ganhásse, não teria sido uma tremenda surpresa. Quando muito, poderia ser uma pequena injustiça.

O árbitro
A arbitragem foi serena e sem influência no desenrolar da partida, pese embora ter sido, já a poucos minutos do fim, perdoada a expulsão a Jorge Luíz.

Conclusão
Ontem vimos um novo Belenenses. Um Belenenses de garra, entrega e ambição. Um Belenenses que, jogando contra qualquer adversário, pode vencer, mas quando sai derrotado, sai de cabeça erguida. Afinal, é tudo o que andamos a pedir há 6 derrotas. Que, ao menos, saiamos de cabeça erguida. E com esta postura, as vitórias hão-de surgir, mais tarde ou mais cedo. Uma nota ainda para uma declaração de Couceiro, no final da partida, em que atribui culpas no 1º golo à defesa. Parabéns, há que culpabilizar quem tem culpa, e não viver na desculpabilização permanente.

Sábado, com o Boavista, vamos voltar às vitórias!

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