sábado, novembro 19, 2005

Entrevista com Amaral

L.Rodrigues
Entrevista realizada em Novembro de 2004 e publicada no Jornal do Belenenses

Amaral chegou esta época ao Restelo, mas é já uma referência na equipa. A sua consistência defensiva e explosões pelo corredor do direito fazem as delícias dos adeptos. Torna-se assim interessante saber um pouco melhor quem é e de onde veio este jogador

Há quem o considere uma das revelações da presente edição da Superliga. Por onde tem andado “escondido” o seu valor?
Eu sou de São Paulo e a minha família vive no interior de São Paulo. Bom, eu começei a minha carreira no Grémio Mauaiense, da Série B-1, andei por esse campeonato, Palestra, S.Bernardo... Paraguaçense. Depois cheguei ao S.Raimundo, de Manaus, onde disputei o meu primeiro Brasileirão, na Série B. Foi então que cheguei ao Grémio Inhumense e foi nessa altura que o meu representante me trouxe para Portugal.

Continua...

E essa mudança para a Europa, no caso para o Leixões, foi complicada?
Ahhh... eu sou um jogador fisicamente forte, portanto estava preparado para um futebol mais físico. O que custou um pouco foi o clima, porque no Norte de Portugal faz muito frio. No Brasil jogava em Goiânia, onde há calor. Frio lá são 17, ou 18 graus. Há uma grande diferença, e aqui é muito frio e húmido, chove muito, ao contrário de lá. Foi muito complicado conseguir aguentar o clima, mas cá estou.

Era apontado como um dos melhores jogadores da 2ª Liga na época passada e foi contratado pelo Belenenses. O clube tem correspondido às suas expectativas?
Só posso dizer que estou a realizar um sonho. Sempre sonhei vir para a Europa, tive a oportunidade de trabalhar no Leixões e poder mostrar um pouco do meu trabalho. Surgiu então o Belenenses, que me deu esta boa oportunidade. É um clube muito bom, espectacular, que estou a adorar.

E a ambientação a Lisboa, está a correr bem?
Estou a ambientar-me bem. Sempre vivi em cidades pequenas do interior, Matosinhos... Lisboa é grande, não conheço quase nada, mas tenho saído para conhecer alguns lugares. Está a ser muito bom.

Defesa-direito, Médio, ou Extremo. Em todas estas posições é-lhe reconhecido valor. E como se define a si mesmo?
Para dizer a verdade, não me sei definir. Sei jogar como defesa, médio ou extremo, e isso é bom. Ser polivalente é bom, os bons jogadores sabem jogar em todo o lado, e eu tento fazê-lo também. Defendo bem, mas também tenho valor a atacar...

E porquê Amaral, se o seu nome é Andersson Conrado...
Eu joguei no Brasil como volante, o que aqui se chama trinco. Tinha as mesmas características do Amaral, que jogou no Benfica. Era muito bom a roubar bolas, corria muito, e por isso colocaram-me a alcunha. Mas apesar de não ser lindo, acho que sou mais bonito que ele! (Risos)

E quais as perspectivas para esta época, quer em termos colectivos, quer individuais?
Nós temos o objectivo de fazer um bom campeonato e estar entre os 8 primeiros. Depois disso, logo veremos onde podemos chegar. Pessoalmente, renovei agora o contrato por vários anos e estou muito contente de estar neste grande clube, mas o grande objectivo é um dia chegar à selecção Brasileira...

Um novo Cafú?...
Quem sabe, um dia... é um sonho que tenho representar a selecção, quem sabe não consigo chegar lá?

E para terminar, uma mensagem aos adeptos azuis.
Continuem a apoiar-nos, pois podem ter a certeza que vamos responder à altura e dar grandes alegrias aos adeptos deste clube espectacular.

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