Acordei esta manhã com a triste notícia de que Alfredo Quaresma, figura do nosso Belém, tinha falecido. O seu desaparecimento não me supreendeu, pois a sua vida na corda bamba sempre me dera a garantia que a notícia viria assim de mansinho, sem ferir a sangue.
Mas fere. Fere, porque fui um priveligiado que conheceu o Quaresma e com ele trocou amigáveis palavras tantas e tantas vezes. No Núcleo Ajuda/Belém, onde o Quaresma era "prata da casa", quantas sopas não lhe paguei? Só uma coisa me incomoda: paguei-lhe mais imperiais do que sopas. Mas afinal, as imperiais é que o iam fazendo feliz!
Quaresma merecia que a vida lhe tivesse permitido outra felicidade. A dignidade, essa, só a perdem os fracos. E não esqueço nunca quando, numa tarde no Núcleo, ao ver um lance com Thuram na televisão, em que o defesa gaulês era fintado, Quarema se riu a bandeiras despregadas e rematou dizendo: "Estes putos ficam a olhar para as pernas do avançado e nem se lembram que isto se joga com a bola!".
Um abraço Quaresma, até sempre. Foi uma honra.
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