segunda-feira, janeiro 17, 2005

Chegamos a um bom...fim!


Quase, quase a fazer um ano da nossa última vitória fora de casa, alcançámos hoje em Setúbal uma vitória importante e que me parece pode ser preciosa para que os jogadores compreendam que não se podem queixar só de vento, campos duros ou unhas encravadas. Matei saudades de Marco Paulo, que já aqui tanto critiquei e que mostrou que é extremamente útil. Para além disso, "deu-nos" a vitória!

O jogo pode ser dividido em 3 partes distintas:
- na 1ª parte do jogo, o Belenenses foi a equipa amorfa e acomodada ao ordenado ao fim do mês que costuma ser. Wilson a "des"organizar jogo, tudo ao molho e fé em Deus (no caso, fé num dos "pretos" lá da frente). Quem estava nas bancadas do Bonfim, só podia estar exasperado pela viagem feita e pelo dinheiro dispendido.
- No início da 2ª parte, apesar de lances de perigo do vitória, mostrámos espírito de entreajuda e discutimos taco-a-taco o jogo. Indiscutivelmente, tivemos a sorte pelo nosso lado e marcámos primeiro. Após o golo, o Vitória lançou-se para a frente mas de forma atabalhoada e sem perigo de maior. Poderíamos, nesse período, ter sentenciado o jogo, nomeadamente através de Amaral, que atirou ao poste. Surge então o golo do Setúbal na transformação de um livre, com a bola a transpor uma barreira muito pouco sólida.
- após o golo do empate, e com os adeptos Belenenses a desejarem que o jogo acabásse depressa e com medo de perder, surpreendentemente o Belenenses começou a jogar bom futebol, com boas jogadas e boas trocas de bola, e assenhorou-se da partida. Uma vez que me encontrava no Estádio, e num topo, não posso garantir, mas fiquei com a sensação que isso foi, também, resultado da busca "cega" pelo golo da vitória do Setúbal, que partiu a equipa. Foi então que, ao caír do pano, naquela que foi a melhor jogada do desafio, o Belenenses chegou à vitória por Marco Paulo (merecia), após espectacular jogada de Cabral, a fazer lembrar o Cabral de outros tempos.

Pela positiva, as óptimas exibições de Rui Ferreira (excelente reforço) e Marco Paulo (pode chegar atrasado, mas está lá, sabe controlar o jogo e fazer faltas!!!). Destaque também para a boa entrada de Neca, a mostrar que o José Pedro bem que podia passar uns tempinhos no banco para "arejar as ideias" e aprender como se joga e luta. Obviamente, há também que destacar o Imperador Marco Aurélio, que na primeira parte conseguiu suster aquilo que o resto da equipa se encarregava de facilitar. E um destaque também para Lourenço, que sem ter jogado nada de especial, foi muito inteligente enquanto ganhavamos 0-1, sabendo segurar a bola e ganhar faltas no meio-campo adversário.

Pela negativa, o inenarrável José Pedro e Wilson, partindo eu do princípio que é ele quem toma a iniciativa de organizar jogo. Não quero crer que sejam ordens do treinador. Mas, obviamente, o maior destaque negativo vai para a péssima (e habitual) primeira parte do Belenenses.

Gostava também de salientar a assistência presente no Estádio do Bonfim. Inevitavelmente, jogo após jogo, ouvimos e lemos que o Restelo está vazio, que ninguém vai aos jogos, quando estão 5.000 pessoas nos jornais estão 2.000 e por aí fora. Ora, no Bonfim, estariam com boa vontade 2.000 pessoas. Gostaria de saber se é o normal no Bonfim, até porque o Belenenses levou pelo menos umas 300 a 400 pessoas. Estando o Vitória em 6º...

Por último, apesar da vitória tenho de falar de Carvalhal. As bancadas desesperaram ao longo da 2ª parte por uma substituição, que só aconteceu após o golo do empate, isto já após o Setúbal ter mudado completamente o esquema de jogo. E, para desespero dos presentes, quem saíu foi Juninho Petrolina e não o "invisível" José Pedro. Mas, como correu bem, espero que Carvalhal continue assim, demorando nas substituições, mas tudo correndo bem.

Resumindo, o Belenenses teve sorte em vencer, já que após os 90 minutos o resultado mais justo seria um empate. Agora, é fazer o que se fez na 2ª parte nos próximos 17 jogos. Com luta e suor, podemos perder alguns jogos com azar, mas certamente teremos mais hipóteses de os vencer.

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