Amigos Belenenses, já não ganhamos um jogo há muito tempo! Cada jornada é um suplício ao ver o nosso clube jogar. Sem regularidade nenhuma, sem um estilo de jogo concreto e definido, enfim, a equipa não nos empolga.
O jogo do passado fim-de-semana é elucidativo disso. Costuma-se dizer que “quem não marca sofre” e foi isso que aconteceu. Desperdiçámos golos (Marcelo neste capítulo teve em destaque) e o Estrela fez dois golos de rajada.
Parece-me novamente que a defesa continua distraída e sem qualquer atenção ao jogo. Exemplo disto é o primeiro golo de Anselmo (cabeceou à vontade na nossa área). Com tantos vídeos que se viu no célebre estágio e deixamo-nos enganar por um movimento que a equipa do Estrela faz sempre? Sinceramente não percebo! Mais uma vez demos vantagem ao adversário e mais uma vez corremos atrás do prejuízo (o que prejudica sempre o nosso jogo e fundamentalmente os indíces físicos da equipa).
Continuo a dizer que este estágio não beneficiou a equipa, ou melhor não trouxe nada de novo. Só podemos tirar a ilação que futuramente é preciso fazer uma reestruturação do nosso futebol.
Voltando ao jogo, penso que mais uma vez fomos prejudicados pela nossa defesa. Muitos erros, falta de antecipação ao adversário, e não compreendo porque não pressionamos alto a equipa contrária.
A reacção até nem foi má, reduzimos e fomos para o intervalo a perder por 2 a 1.
No recomeço pedia-se nova atitude, um Belenenses com mais pressão sobre o adversário e foi o que aconteceu. A entrada de Saulo (não compreendo como um jogador com a sua velocidade e criatividade não é titular) também ajudou ao jogo. Vinicius também não esteve mal e Zé Pedro marcou um grande golo. Esse sim, um golo digno de um grande jogador (também referir que o golo do Estrela de livre, não foi mau de todo).
Achei, Marcelo muito perdulário e desta vez não gostei de Mano. Estava, desta vez precipitado no passe.
Para a história fica uma segunda parte dominada por completo pelo Belém, e até poderíamos ter chegado ao terceiro golo, que justamente merecíamos. No geral, até é injusto este resultado. Mas temos que ser mais ambiciosos e pedir sobretudo mais atenção em certos momentos chave do encontro.
A única coisa que critico nesta equipa é a sua defesa e por vezes o seu estilo de jogo, sem alegria e por vezes desconexo. Temos dificuldades nas transições e sinceramente penso que perder pontos em casa não abona nada em nosso favor.
Vamos mais para a frente ter muitas finais, como é exemplo o jogo fora na Trofa e os jogos em casa com Rio Ave e Setúbal.
Neste momento e para sermos pragmáticos temos que começar a fazer contas à vida. Esta época sinceramente já está estragada.
Agora há que pensar na próxima e assegurar pelo menos alguns nomes para a nova época.
Se conseguirmos, preparar com antecedência a próxima época, com competência e dedicação, as coisas podem voltar a ser como eram. Há que ter esperança no futuro do clube.
Agora vamos ter um jogo muito importante, frente à Académica, e penso que o clube tem que estar calmo, longe das “bocas do povo”. É que o Belenenses está sempre a ser prejudicado pela comunicação social. E o que me admira mais é que por vezes o clube é criticado por pessoas de dentro da nossa vida. É engraçado isto tudo de facto! Por vezes os inimigos somos nós próprios e não quem nós pensávamos.
Recentemente li uma entrevista de um senhor Belenenses, que porventura já foi nosso presidente, a afirmar que defendia uma chicotada psicológica. Se ele fosse presidente o Jaime Pacheco iria para a rua. Mas depois mais à frente disse que acompanha o clube por fora. Ora como se costuma dizer na gíria “senão sabe então cala-se”. É o que deveria ter respondido o clube e os sócios. Esta troca de palavras, este mal dizer do clube na comunicação social, não abona em nada a tranquilidade do plantel.
Digo e reafirmo, por vezes a oposição é interna. Senão estamos com ideias de renovação, senão estamos mais modernos e adaptados ao nosso tempo, é porque o nosso dirigismo é pobre. E vai continuar a sê-lo, até que apareça uma pessoa que não se interesse por ela própria, apenas pelo clube e pelas ideias reformistas.
Este elevar do clube para a praça pública não é bom e se alguém quer utilizar estes argumentos, então que se candidate e proponha soluções e não discuta o clube na comunicação social. Discutir o clube é na Assembleia Geral, senão não passa de uma conversa de café (como vejo muitas no Restelo).
Continuo a dizer que crítica sem construção não é benéfica e apelo a que todos os dirigentes discutam ideias e não protagonismos. Discutam projectos e não pessoas. Porque tudo o que neste momento se disser na comunicação social sobre o Belenenses vai ter repercussões muito grandes. Por isso apelo à serenidade quer de dirigentes, quer dos sócios e adeptos.
Não vamos fazer guerrinhas com os jogadores e esperar por eles lá fora. O que isso adianta? Vamos ficar melhor financeiramente? Vamos ter um futuro melhor? Claro que não, só serve para reduzir-nos a clube de bairristas. Portanto vamos discutir ideias, neste mês que antecede as eleições marcadas para 18 de Abril.
Espero que neste próximo jogo regressemos às vitórias, até porque é um jogo frente a um adversário acessível. A Académica não é mais forte que o Belenenses. E temos que aproveitar o que temos de bom, a qualidade do nosso meio campo.
Um conselho para os dirigentes, deixem de pensar em vocês próprios, na vossa glória pessoal e pensem mais um bocado no clube, que vos deu tanto protagonismo. É que neste momento falar mal do Belenenses é fácil, infelizmente.
Saudações Azuis!
Nuno Valentim
quinta-feira, março 19, 2009
Quarto de Hora à Belém - XXX
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