A situação está muito complicada. Tudo parece conjugar-se para que o Belém se afunde na tabela e desça à Liga Vitalis. Devo dizer que me parece que, dado o custo exorbitante desta temporada e a ausência de activos, a queda na Liga Vitalis, com o clube nas mãos da Banca, poderá significar o fim do Belenenses. Digo isto com uma dor brutal, mas também digo que se descermos à Vitalis para andar a definhar como o Boavista, então que seja o fim do Belém como o conhecemos e ele seja apenas uma grata recordação no nosso coração.
Mas como ainda faltam 10 jogos, e temos jogadores com qualidade suficiente para inventar uma forma de dar a volta ao texto, acredito que é possível. Assim estejamos todos unidos (comissão de gestão, adeptos, equipa técnica e plantel), o que não se verifica nos últimos dias. Só unidos teremos a possibilidade de saír deste pântano. Querer despedir o treinador, trocar metade do onze ou os jogadores queixarem-se de ordenados em atraso, só nos afunda mais.
Eu percebo perfeitamente que estejamos com dificuldades em assegurar a permanência. Qualquer pessoa minimamente conhecedora do mundo do futebol o percebia no início da temporada, e ainda me lembro de acesas discussões que tive em Julho quanto à capacidade da equipa, quando a grande maioria dos adeptos azuis ainda viviam na "Ilusão Sequeira". O plantel foi mal construído de raíz e as emendas de Janeiro, na minha opinião, também não vieram melhorar muito a situação.
Desde o início que o problema é apenas um: a falta de, pelo menos, um central de qualidade. Melhorou em Janeiro com a entrada de Ávalos, mas mesmo assim continua longe do ideal. Em Janeiro, em vez de ir buscar extremos, defesas esquerdos e trincos, tinhamos de ir buscar 1 ou 2 centrais de categoria indesmentível. Não o fizemos e o "buraco" cá atrás continua. E toda a equipa treme. Além disso, nota-se uma completa ausência de sentido táctico na equipa, e a inexistência de fio de jogo. A única preocupação do Belenenses é destruír o jogo adversário, não há sequer uma ideia colectiva de organização de jogo.
Tivemos azar no jogo com a Naval? Tivemos, de facto. Mas repare-se, a sorte constrói-se. Como é que nós podemos querer ter sorte acabando o jogo contra a Naval, com as linhas recuadas, a jogar com um ataque móvel e sem uma referência na área? Como é possível colocar o Gómez a organizar jogo? Gómez é um excelente trinco, mas por favor, é uma dor de alma ver o Gómez fazer balões de 40 metros para o Silas, que joga na frente na ala direita. Tal como não é grande ideia entrar em campo, em casa, com a Naval, a precisar dos 3 pontos, e apresentar 2 trincos.
Temos 10 jogos até final. As contas são simples: temos de fazer pontos suficientes para ficar em 14º lugar. Como esta temporada está a correr, de forma inédita, ninguém pode afirar com certeza que 26, 28 ou 30 pontos chegarão. É tempo, pois, de não olhar a quem é o adversário ou se é fora ou em casa. É tempo de GANHAR! Infelizmente, na minha óptica, temos de ganhar pela sobrevivência do Belém. Porque já não é só (mais!) uma descida de divisão que está em causa. É a sobrevivência do clube.
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