Agora que o enfoque futebolístico volta a deixar de estar com a nossa selecção e regressa aos clubes, proponho uma análise a algumas das passagens da extensa entrevista que o treinador do Belenenses, Jorge Jesus (JJ), deu ao diário desportivo O Jogo no passado dia 10.
Este tema parece-me relevante pois, não só a entrevista é muito completa - abordando a actual fase da equipa, as relações Treinador-Direcção, a UEFA e o futuro do Belenenses – como acredito que muitos dos sócios e simpatizantes do Belenenses e leitores deste blog não tiveram acesso à mesma. Nesse sentido proponho algumas citações dos pontos que pessoalmente entendo mais relevantes, a que junto alguns comentários pessoais:
A Equipa
JJ - “O Belenenses não tem nada a ver com a [equipa] do ano passado. Estamos a construir uma equipa para ficar entre os dez primeiros. Se assim for, será muito bom. Quem pensar que o Belenenses tem poder e capacidade para repetir o que fez no ano passado está bem enganado. É impossível repeti-lo. Estou apenas a ser realista. Não digo isso para tirar responsabilidade”
JJ - “Oriento miúdos que ainda não sabem o que é o jogo. Só o Sporting tem uma média de idades inferior”
Eu estou bem enganado! Obviamente que apesar de se reconhecer que houve bastantes alterações no plantel não se aceitará que o Belenenses termine a época ficando só na primeira metade da tabela. A luta pela UEFA é o objectivo e tem que ser uma realidade todos os anos. Todos – não de dez em dez. Acredito que mais do que realista, Jorge Jesus tenta claramente tirar alguma responsabilidade que, bem ou mal, lhe é exigida atendendo aos resultados da pretérita temporada e aos reforços que entretanto chegaram.
JJ - “Nunca pensei que o Dady e o Nivaldo saíssem. Isso paga-se, e o Belenenses vai pagar durante os primeiros meses, enquanto não conseguir trabalhar os jogadores com o tempo que tive no ano passado.”
JJ - “São jogadores [Silas e Zé Pedro] que ainda não atingiram o nível habitual. Esse é outro dos factores para que a equipa não esteja tão bem.”
A equipa está a pagar pela sua falta de coesão por muitos dos jogadores serem novos no grupo e pela baixa de forma de alguns jogadores vitais, como os dois mencionados. Tal como na época passada, acredito que a segunda volta, com uma equipa mais una e mecanismos rotinados, será melhor que a primeira.
JJ - “Essa é a minha riqueza de treinador: potenciei os jogadores desportivamente e em termos económicos. É o que tenho feito, e dá-me um grande gozo. Tenho de descobrir a mina para ter ouro.”
Potenciar jogadores é sem dúvida uma das mais valias de Jorge Jesus, e a “invenção” Dady é o melhor exemplo disso no Belenenses. No entanto acredito que o actual Treinador do Belenenses tem também outras duas particularidades que o tornam um dos melhores na sua profissão em Portugal. Primeiramente a capacidade de leitura de jogo, não tendo receio de mudar a equipa mesmo que seja a meio da primeira parte. A segunda é a coesão e exigência que cria no grupo.
UEFA
JJ – “Queremos um resultado que faça com que as pessoas acreditem que, no segundo jogo, ainda possa ser possível vencer a eliminatória. O objectivo é trazer a eliminatória para Lisboa ainda por definir.”
Mais do que a “fava” que nos calhou no sorteio da UEFA acho que tivemos azar no facto do primeiro jogo ser na Baviera e não no Restelo. Por isso é realista a análise de trazer o jogo por definir para Portugal – pode ser a diferença entre uma assistência de 5 mil ou 15 mil adeptos, o que não é desprezível em termos de receita de bilheteira.
Futuro Azul
JJ - “Se o Belenenses quiser ser o quarto clube em Portugal, não pode pensar só pelas épocas desportivas. Terá de potenciar os jogadores da formação, mas precisa de condições. O Braga está a projectar um centro de estágio, o Guimarães já tem um complexo, e os três grandes também. Se o Belenenses não arranjar um, vai ser, nos próximos anos, ultrapassado por outros clubes.”
Ora aqui está aquele que para mim é o grande assunto da entrevista. O dinheiro das vendas desta e das próximas épocas deve, no meu entender, servir para potenciar as condições do Clube, para que se cresça sustentadamente, criando uma marca “Belenenses” nos jogadores, nos métodos de trabalho e no forma de jogar.
Já a expressão “ultrapassado” é discutível. Nos últimos 20 anos as classificações não têm estado à altura dos pergaminhos históricos do Clube. Não se pode ser ultrapassado por uma equipa como o SC Braga que nos últimos 3 anos ficou em 4.º lugar e que é o principal candidato a fazer o mesmo esta época.
Saudações azuis e que ganhemos os primeiros 3 pontos da época, no Domingo, frente à União de Leiria!
Este tema parece-me relevante pois, não só a entrevista é muito completa - abordando a actual fase da equipa, as relações Treinador-Direcção, a UEFA e o futuro do Belenenses – como acredito que muitos dos sócios e simpatizantes do Belenenses e leitores deste blog não tiveram acesso à mesma. Nesse sentido proponho algumas citações dos pontos que pessoalmente entendo mais relevantes, a que junto alguns comentários pessoais:
A Equipa
JJ - “O Belenenses não tem nada a ver com a [equipa] do ano passado. Estamos a construir uma equipa para ficar entre os dez primeiros. Se assim for, será muito bom. Quem pensar que o Belenenses tem poder e capacidade para repetir o que fez no ano passado está bem enganado. É impossível repeti-lo. Estou apenas a ser realista. Não digo isso para tirar responsabilidade”
JJ - “Oriento miúdos que ainda não sabem o que é o jogo. Só o Sporting tem uma média de idades inferior”
Eu estou bem enganado! Obviamente que apesar de se reconhecer que houve bastantes alterações no plantel não se aceitará que o Belenenses termine a época ficando só na primeira metade da tabela. A luta pela UEFA é o objectivo e tem que ser uma realidade todos os anos. Todos – não de dez em dez. Acredito que mais do que realista, Jorge Jesus tenta claramente tirar alguma responsabilidade que, bem ou mal, lhe é exigida atendendo aos resultados da pretérita temporada e aos reforços que entretanto chegaram.
JJ - “Nunca pensei que o Dady e o Nivaldo saíssem. Isso paga-se, e o Belenenses vai pagar durante os primeiros meses, enquanto não conseguir trabalhar os jogadores com o tempo que tive no ano passado.”
JJ - “São jogadores [Silas e Zé Pedro] que ainda não atingiram o nível habitual. Esse é outro dos factores para que a equipa não esteja tão bem.”
A equipa está a pagar pela sua falta de coesão por muitos dos jogadores serem novos no grupo e pela baixa de forma de alguns jogadores vitais, como os dois mencionados. Tal como na época passada, acredito que a segunda volta, com uma equipa mais una e mecanismos rotinados, será melhor que a primeira.
JJ - “Essa é a minha riqueza de treinador: potenciei os jogadores desportivamente e em termos económicos. É o que tenho feito, e dá-me um grande gozo. Tenho de descobrir a mina para ter ouro.”
Potenciar jogadores é sem dúvida uma das mais valias de Jorge Jesus, e a “invenção” Dady é o melhor exemplo disso no Belenenses. No entanto acredito que o actual Treinador do Belenenses tem também outras duas particularidades que o tornam um dos melhores na sua profissão em Portugal. Primeiramente a capacidade de leitura de jogo, não tendo receio de mudar a equipa mesmo que seja a meio da primeira parte. A segunda é a coesão e exigência que cria no grupo.
UEFA
JJ – “Queremos um resultado que faça com que as pessoas acreditem que, no segundo jogo, ainda possa ser possível vencer a eliminatória. O objectivo é trazer a eliminatória para Lisboa ainda por definir.”
Mais do que a “fava” que nos calhou no sorteio da UEFA acho que tivemos azar no facto do primeiro jogo ser na Baviera e não no Restelo. Por isso é realista a análise de trazer o jogo por definir para Portugal – pode ser a diferença entre uma assistência de 5 mil ou 15 mil adeptos, o que não é desprezível em termos de receita de bilheteira.
Futuro Azul
JJ - “Se o Belenenses quiser ser o quarto clube em Portugal, não pode pensar só pelas épocas desportivas. Terá de potenciar os jogadores da formação, mas precisa de condições. O Braga está a projectar um centro de estágio, o Guimarães já tem um complexo, e os três grandes também. Se o Belenenses não arranjar um, vai ser, nos próximos anos, ultrapassado por outros clubes.”
Ora aqui está aquele que para mim é o grande assunto da entrevista. O dinheiro das vendas desta e das próximas épocas deve, no meu entender, servir para potenciar as condições do Clube, para que se cresça sustentadamente, criando uma marca “Belenenses” nos jogadores, nos métodos de trabalho e no forma de jogar.
Já a expressão “ultrapassado” é discutível. Nos últimos 20 anos as classificações não têm estado à altura dos pergaminhos históricos do Clube. Não se pode ser ultrapassado por uma equipa como o SC Braga que nos últimos 3 anos ficou em 4.º lugar e que é o principal candidato a fazer o mesmo esta época.
Saudações azuis e que ganhemos os primeiros 3 pontos da época, no Domingo, frente à União de Leiria!
Sem comentários:
Enviar um comentário