terça-feira, junho 26, 2007

Leal, jogador genial

L Rodrigues

Foi com enorme satisfação que recebi um SMS esta tarde, do Manuel Salema Garção, a avisar-me que tinha ouvido na rádio que o Hugo Leal seria jogador do Belenenses. Não era nada que não desconfiásse, mas sempre me esforcei por não alimentar muitas esperanças.

Bem sei que talvez a maioria daqueles que me leem dizem que não tenho os alqueires bem medidos, que contratámos uma eterna promessa, um lesionado crónico, um rapaz sem juízo... talvez tenhamos contratado um pouco de tudo isso, pelo que se diz, mas o que sei é que, seguramente, contratámos um futebolista genial, um homem que física e psicológicamente bem carrega às costas qualquer equipa do Mundo.

Vejam aquela foto, vejam bem quem cumprimenta Hugo Leal. Ronaldinho Gaúcho, ele que chegou ao PSG e "encostou" na sombra do miúdo português, sendo que a sua afirmação definitiva se dá quando Hugo Leal inicia o calvário de lesões. Porque era o Hugo que carregava o PSG às costas.

O Hugo tem classe pura, daquela que não se vende nas lojas nem sequer o Jesus consegue fazer brotar dos pés do maior tamanco. A sua classe está nos passes curtos e longos, na recepção de bola, no remate e nas suas movimentações. Chamam-lhe lento, mas ele sabe é adormecer meia equipa adversária enquanto bem desperto todo o jogo se desenrola em slow-motion à sua volta e ele descobre aquele milímetro de relva que pode decidir um jogo.

A Bola fez há poucas semanas uma grande reportagem com Hugo Leal, onde ele falou de tudo. Ele, mas também colegas e treinadores. E todos o elogiaram, mesmo aqueles com quem não foi feliz, numa altura em que era fácil atirar gasolina para o incêndio. Hugo Leal parou para, finalmente, se restabelecer do problema que o apoquentava. Sabe-se agora que tem vindo a ser acompanhado de perto, neste período, pelo excelente Prof. Mário Monteiro, e estou esperançado que recuperará.

Chamem-me louco
, sei que sou ao fazê-lo, mas sinto-me tentado a dizer que foi uma contratação fantástica. Espero estar certo. Se errar, não me batam muito, porque a desilusão já será castigo pesado.

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