quinta-feira, outubro 27, 2005
Vida Nova
Após uma ligação de mais de um ano, Carlos Carvalhal não resistiu (obviamente) a uma série de 5 derrotas consecutivas mas, pior, a uma confrangedora incapacidade da equipa de futebol do Belenenses em jogar futebol. O saldo final da passagem de Carvalhal pelo Belenenses é claramente negativo, em primeiro lugar pela falta de obtenção de resultados dignos de registo, e em segundo lugar pela falta de empatia criada com a massa adepta.
Inteligente, eloquente e, porque não dizê-lo, com estilo (muito próprio, mas estilos não se discutem), Carvalhal nunca viveu o projecto do Belenenses, vivendo antes o projecto Carvalhal. Capaz de, quando “em cima”, centrar os focos de atenção em si e não no Belenenses, conseguiu sempre apagar as luzes da sua pessoa quando as coisas correram mal. E os adeptos nunca lhe foram perdoando as pequenas traições, jornada após jornada, sacudindo a água do capote que começou a ficar encharcado.
Do pouco que conheci do nosso ex-treinador, pareceu-me uma pessoa empenhada no sucesso do Belenenses. Muito empenhada mesmo. Mas nas últimas semanas fiquei com a certeza que não era capaz de transmitir esse empenho e essa sede de sucesso ao plantel. Culpa dele, mas não só. Culpa também de um plantel com muitos jogadores acomodados.
Carvalhal, sempre preocupado com a sua imagem, acaba por sair do Belenenses com a imagem um pouco desgastada no exterior, reflexo deste arrastar de insucesso e em especial do defraudar de expectativas do país desportivo num ano em que o Belenenses tanto prometeu e, até, assustou o status quo na planificação da temporada.
Desejo muita sorte a Carvalhal na sua carreira. Infelizmente, talvez tenha aprendido no Belenenses os erros que não deve cometer na sua próxima aventura como treinador. Não criei com ele qualquer tipo de animosidade, portanto da minha parte será sempre bem recebido no Restelo. Não me melindrou enquanto Belenense, apenas me deixou insatisfeito.
O Belenenses renasce um pouco hoje. Para já, com uma solução interna a curto prazo. Vejamos então o que surgirá para o futuro. Aguardo com expectativa, mas também com um pouco de receio. Parece-me hora de dar um “murro na mesa”.
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