Entrevista a Romeu

Entrevista publicada no Jornal do Belenenses (data do início de Agosto).

Natural de Corga do Lobão, em Santa Maria da Feira, Romeu é um jogador com larga experiência na Superliga e um valor bem seguro. Bem-disposto por natureza, ao longo desta entrevista vamos conhecer melhor este internacional português que se caracteriza por uma entrega inexcedível em campo.

É um jogador com uma forte conotação com o Porto, de onde veio das camadas jovens. Que outros clubes conheceu ao longo da carreira?
Aos 9 anos fui com os meus pais para a Suíça, onde joguei até aos 17 anos no Neuchatel Xamax. Vim então para os juniores do Porto. Depois passei por Felgueiras e Marítimo, tendo regressado ao Porto. Fui então para o Guimarães, e agora estou aqui no Belenenses.

Quais são as suas primeiras impressões aqui no Restelo?
São muito boas, é um clube muito bom e onde tenho sido muito bem tratado. A relação entre dirigentes, equipa técnica e jogadores é muito boa.

Como tem corrido a pré-época?
Temos tido todas as condições, estivemos em Itália no Centro de Estágio da Selecção Italiana onde tínhamos todas as condições para desenvolver um bom trabalho. Excelentes instalações e excelente alimentação. Foi muito bom, bem como depois a digressão a França, onde infelizmente não pude jogar por lesão. Se calhar tenho a preparação um pouco atrasada em relação aos colegas, mas às vezes parar uma semana significa ganhar algum tempo. O que importa é que temos feito um bom trabalho.

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Os adeptos ficaram preocupados com a sua lesão na pré-época. Pode elucidar-nos sobre o que se passou?
Tive um problema lombar, mas não é nada de especial. Parei algum tempo, perdi os jogos em França, mas agora estou muito melhor.

E quais as perspectivas para esta temporada?
Se correr bem em termos colectivos, então corre bem em termos pessoais. Até porque o plantel não é extenso e é composto por vários jogadores com valor e haverá espaço para todos. O futebol cada vez mais é feito de equipas e não de jogadores. Normalmente não ganham os melhores jogadores, mas sim a melhor equipa.

E ambiciona regressar à Selecção?
O meu principal objectivo é atingir a Europa no Belenenses. A selecção é um bónus que pode surgir se as coisas correrem bem aqui. Claro, que se acontecer estarei disponível.

Tem sido fácil a integração no grupo?
Penso que houve um cuidado muito grande ao contratar os jogadores, que são acima de tudo jogadores com um óptimo carácter e que põem o grupo acima dos seus interesses individuais.

A grande maioria dos novos jogadores ou jogaram vários anos no Norte do País ou são mesmo originários de lá. Acha que há algum motivo especial?
Não sei. As pessoas no Norte têm muito espírito de sacrifício e muita capacidade de luta. Mas não me parece que o Belenenses os tenha contratado por isso.

Qual o melhor momento da sua carreira?
A época que passei no Porto e estes quatro anos em Guimarães, que foram também muito gratificantes.

E qual o pior momento?
A época 2003/2004, em que o Guimarães e o Belenenses viveram momentos de aflição até ao final da temporada. Houve muita pressão e situações muito complicadas em Guimarães. Passámos um mau bocado, equipa, dirigentes e adeptos.

Como costuma ocupar os tempos livres?
Sempre com a família, gosto muito de brincar com o meu filho. Gosto também de ler e quando posso vou ao cinema. Mas o que não perco mesmo são os jogos de futebol que dão na televisão. Vejo-os todos.

Tem-se sentido bem em Lisboa?
Muito bem, tenho vários amigos no Belenenses, Benfica e Sporting, e encontramo-nos muitas vezes.

Para finalizar, peço que deixe uma mensagem aos adeptos…
Peço a todos que venham ao Estádio. Venham ver o Belenenses, um clube como este não pode ter tão pouca gente no estádio. E nós precisamos de público para pressionar o adversário, os adeptos têm um papel importante. Joguei em Guimarães e notava-se a pressão que os adversários sentiam com aquele público, e gostava muito de ver isso aqui no Restelo. Muita gente e muito barulho.