O impensável ainda há poucas semanas aconteceu: o Belenenses sofreu a 4ª derrota consecutiva e, no final desta jornada, deverá ficar na "linha de água". Mais grave que os resultados, é a terrível falta de atitude e ambição em campo. Apesar de, na noite de ontem, termos visto, nomeadamente na 1ª parte, uma maior entrega relativamente aos últimos jogos, continua a faltar muito espírito de sacrifício. E, a continuar assim, a Europa não passará pelo Restelo. Já na 4ª feira teremos um jogo decisivo nas Vila das Aves, ante o Desportivo das Aves. Se o campeonato está a ser esta desgraça, que nos vinguemos na Taça. E agora? - é a questão que se coloca a dirigentes, equipa técnica, jogadores e adeptos.
Continua...
O Jogo
Num 11 em que Carvalhal operou algumas alterações (Faísca passou a central no lugar de Rolando, entrando Sousa para o lado esquerdo. No meio-campo, Ahamada deu lugar a Fábio Januário e José Pedro a Pinheiro, passando Rui Ferreira para a posição normalmente ocupada por Pinheiro.), notaram-se algumas melhorias, nomeadamente na 1ª parte. Denotou-se mais entrega, apesar da equipa ter entrado algo "partida", o que é natural, fruto do momento psicológico da equipa à entrada para o jogo, e que ainda ficou pior.
Com o Belenenses empenhado, o Rio Ave pouco mais fazia que cócegas. Cerca dos 18 minutos, Paulo Sérgio sofre penalty de Idalécio, que o árbitro não viu. Alguns minutos depois, após uma confusão na área, o Camaronês Meyong remata seco e de primeira ao canto da baliza de Mora, para o 1-0, dando assim alguma tranquilidade às hostes azuis. Até ao final da 1ª parte, o sinal mais continuava a ser do Belenenses.
Eis senão quando, os primeiros da 2ª parte mostram-nos um Belenenses fechado no seu meio-campo, não pressionando o adversário, disposto a passar 45 minutos a defender. Se isso já é uma atitude, no mínimo, disparatada, ainda mais o é quando nos deparamos com arbitragens encomendadas, como a da noite de ontem. Paulo Sérgio recebe a bola a meio-campo, é claramente abalrroado por Idalécio, sem que o árbitro veja uma falta claríssima. Na sequência do lance, surge o penalty do Rio Ave, que não existiu, e a consequentemente injusta expulsão de Sousa.
Com o jogo empatado, Caravlhal perde-se e demora 10 minutos a perceber como deveria reposicionar as peças. Num primeiro momento, mantém a defesa e recua Januário para lateral-esquerdo. Este denota graves lacunas de posicionamento e é amarelado numa das primeiras intervenções. Com isso, perdeu-se o elo de ligação entre a defesa e o ataque. Só passado 10 minutos, com a equipa já em desvantagem, recuou Sandro para central e Faísca encostou ao lado esquerdo.
Daí até final, o Belenenses jogou apenas com o coração, e Carvalhal "escondeu-se" no banco. Apesar disso, houve ainda tempo para 2 ou 3 oportunidades de golo para o Belenenses.
O Árbitro
Actuação vergonhosa de Artur Soares Dias, numa arbitragem claramente encomendada. Apesar do Belenenses insistir em exibições confrangedoras, o árbitro portuense foi responsável pelo resultado final. O Apito Dourado não serve, realmente, para nada.
Conclusão
Parece claramente ter chegado ao fim o tempo de Carvalhal no Belenenses. No entanto, ainda não é linear que seja essa a leitura da SAD, quando nos encontramos a 4 dias de um importante jogo para a Taça de Portugal. No final do jogo gerou-se intensa contestação dos adeptos ao treinador, com o presidente Cabral Ferreira a ser envolvido num mar de adeptos que exigem a demissão do técnico. Viveu-se, sem dúvida, uma noite complicada no Restelo. Com ou sem Carvalhal, o Belenenses precisa de demonstrar outra atitude, ousadia e ambição.
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